Manifestantes protestam contra leilão da PPP das escolas em São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar e a Guarda Civil bloquearam os quarteirões que dão acesso à B3 na manhã desta terça-feira (29), onde vai acontecer o leilão para a parceria público-privada para a construção e manutenção de escolas estaduais paulistas –projeto encampado pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Foram feitos bloqueios nas ruas que dão acesso à B3 para impedir a chegada de integrantes de movimentos estudantis e sindicatos ao local. Somente pessoas autorizadas podem circular pelos três quarteirões do entorno.

Os estudantes protestam com cartazes que dizem “minha escola não está a venda” e “não à privatização das escolas”. Manifestantes da Apeoesp, principal sindicato dos professores de São Paulo, também foram impedidos de se aproximar do local.

Cinco empresas estão habilitadas para concorrer ao leilão do primeiro lote, o oeste, com a construção de 17 novas escolas estaduais. O governo estadual estipulou como teto para os lances o valor de R$ 15,2 milhões ao mês –a empresa que oferecer o maior desconto será escolhida.

O governador irá bater o martelo quando for decidido quem é a vencedora.

Estão aptas as empresas Engeform Engenharia LTDA, PCS II Infra Fundo de investimentos em Participação, Agrimat Engenharia e Empreendimentos LTDA e Consórcio Jope ISB Empresa Líder.

OS LOTES

Serão dois lotes, um com 17 escolas e outro com 16. As unidades serão construídas em 29 municípios do interior de SP e irão oferecer, ao todo, 35,1 mil vagas.

Poderão sair vencedoras, portanto, duas empresas, cada uma responsável por um lote. Mas, segundo a SPI, uma mesma empresa poderá vencer as duas licitações e ficar responsável pelas 33 escolas.

Haverá três tipos de escolas, com 21, 28 e 35 salas de aula, e, segundo a SPI, todas terão que obedecer a um padrão arquitetônico e conter, entre outros espaços, anfiteatros, laboratórios, pátios, refeitório e quadras poliesportivas cobertas com vestiários, além de uma sala para sediar o grêmio estudantil.

A iniciativa tem gerado críticas entre educadores que avaliam que é responsabilidade do Estado gerir essas escolas com eficiência, não transferir tal dever a um ente privado.

A PPP prevê que todas as atividades pedagógicas permaneçam sob responsabilidade da Secretaria da Educação, assim como a contratação de professores.

ISABELA PALHARES / Folhapress

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