Marcha para Jesus teve orações por emprego, saúde mental e vítimas das cheias no RS

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – De cima do trio elétrico que abriu a 32ª Marcha para Jesus, no centro de São Paulo, a bispa Sônia Hernandes pregou contra a depressão, a síndrome do pânico e o burnout. “Que não entre na casa de vocês”, bradou a religiosa enquanto o público recebia as bênçãos com as mãos erguidas.

Ao longo da avenida Tiradentes, no trajeto entre a estação de mesmo nome e a praça Campo de Bagatelle, pastores ainda oraram por mais emprego e prosperidade para as empresas em São Paulo. As vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul também foram citadas com frequência nos louvores, e pontos de arrecadação de doações foram montados ao longo do trajeto.

“Que essa tragédia passe, e o Senhor mude a natureza prejudicada pelo homem. Que o Senhor console as famílias e que, verdadeiramente, o país se torne habitável”, disse o apóstolo Hernandes diante da plateia de joelhos na abertura da Marcha.

O apelo à população gaúcha também foi aposta de ambulantes, que estenderam bandeiras do Rio Grande do Sul à venda por R$ 50. Os itens mais procurados, porém, foram as bandeiras de Israel e outra que traz a figura de um leão na bandeira do Brasil —uma versão gigante da bandeira de Israel foi erguida por centenas de pessoas em frente ao trio elétrico principal, e fiéis também caminhavam com o item amarrado no pescoço.

“Achei que ia ter saída [bandeira do RS], mas não teve muita”, disse a gaúcha Helena Reis, que partiu de Porto Alegre para vender itens como camisetas e faixas de cabeça na Marcha.

Ela conta que trabalha vendendo camisetas e bandeiras em jogos de futebol em Porto Alegre e veio para São Paulo diante da calamidade na capital gaúcha. “Lá não tem como vender, então estamos subindo”, acrescentou.

O casal de comerciantes gaúchos Alexandro Souza, 44, e Júlia Maria Duarte, 53, comprou a bandeira do estado e completou o trajeto com o item amarrado nas costas. “A rua onde eu nasci desapareceu debaixo d’água”, disse Alexandro, que mora há dez anos em São Paulo.

“Minha irmã perdeu tudo no Sarandi”, acrescentou Júlia sobre o bairro na zona norte de Porto Alegre bastante afetado pelas inundações.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, também fez menção à tragédia ao discursar para a multidão. Ele percorreu todo o trajeto em cima de um trio elétrico, onde também estava o casal Hernandes.

“Ela só voltou para participar da marcha”, disse o prefeito ao se referir à mulher, Regina Carnovale Nunes, que esteve no Rio Grande do Sul para ajudar as vítimas.

MARIANA ZYLBERKAN / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS