Marcos do Val deixa CPI do 8/1 e diz que vai se licenciar por orientação médica

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O senador Marcos do Val (Podemos-ES) anunciou nesta quarta-feira (21) que vai se afastar do mandato por recomendação médica. O senador passou mal nesta terça (20) e, segundo sua assessoria, foi aconselhado pela equipe médica a se licenciar “imediatamente” de suas atividades para “cuidar de sua saúde”.

Do Val estava em seu gabinete no Senado nesta terça quando acionou o serviço médico da Casa. Segundo relatos, o parlamentar teve um pico de pressão alta. Horas antes, ele havia participado da CPI do 8 de janeiro e falado da operação de busca e apreensão da qual foi alvo na semana passada.

A vaga de Do Val na CPI será ocupada pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), que participou da CPI da Covid, em 2021. Rogério voltou ao Senado na semana passada depois de seis meses longe do mandato. Em nota, Marcos do Val disse que a escolha de Marcos Rogério foi uma das condições para que concordasse em deixar o Senado.

“O senador Marcos do Val não tem dúvidas de que a atuação do senador Marcos Rogério dará continuidade ao trabalho ferrenho que realizou para que a CPMI fosse, enfim, instalada”, escreveu o senador em nota, destacando que o colega “é conhecido pela sua defesa dos ideais conservadores e do Brasil.”

A assessoria de imprensa de Marcos do Val disse que o tempo de licença ainda será definido após avaliação médica. “O senador Marcos do Val buscará restabelecer a sua saúde o mais breve possível, para então voltar às suas atividades parlamentares com ânimo e combatividade renovados”, escreveu.

Do Val já estava sendo pressionado a deixar a CPI do 8 de janeiro desde a operação da PF (Polícia Federal) autorizada por Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na quinta-feira da semana passada.

As buscas foram realizadas em endereços do senador em Brasília e Vitória, além do gabinete no Senado Federal. Ele também teve suas redes sociais bloqueadas por ordem de Moraes.

A apuração contra Do Val foi aberta após ele fazer uma transmissão ao vivo pela internet na qual afirmou que a revista Veja publicaria uma reportagem mostrando que Bolsonaro tentou coagi-lo a “dar um golpe de Estado junto com ele” e gravar o ministro do STF.

Horas depois, o senador recuou da acusação direta e disse que Bolsonaro “só ouviu” o plano do ex-deputado federal Daniel Silveira. Em uma de suas versões, Do Val disse que expôs o plano golpista de Bolsonaro a Moraes. Segundo ele, a ideia era comprometer o magistrado e obrigá-lo a se afastar dos inquéritos em curso.

THAÍSA OLIVEIRA / Folhapress

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