MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – A Marinha encontrou nesta quarta-feira (9) o corpo de um homem que era procurado após o desabamento de terra às margens do rio Solimões, em Manacapuru (AM), que destruiu parte do Porto da Terra Preta na última segunda-feira (7).
A retirada foi feita pelo Corpo de Bombeiros. Ele estava no rio Solimões, nas proximidades do porto, e será levado para perícia no Instituto Médico Legal de Manacapuru, que fica na região metropolitana de Manaus.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas repassadas nesta terça-feira (8), as equipes buscavam dois desaparecidos uma menina de 6 anos e um homem de 36 anos.
Nas redes sociais, o pai da criança, Osmar Pinheiro de Queiroz, afirmou que morava perto do porto e achava que tinha perdido todos os filhos no desastre, mas que os dois mais velhos estão a salvo.
“Perdemos nosso lar, perdemos tudo que tínhamos. A minha princesa, se Deus quiser, vão achar o corpo dela e vamos fazer um enterro digno”, lamentou.
Dez pessoas foram atendidas no Hospital Regional Lázaro Reis, no município, com escoriações.
Estão atuando no resgate mergulhadores e especialistas em salvamento em estruturas colapsadas que vieram de Manaus, com apoio das polícias Civil e Militar.
O Ministério Público do Amazonas afirmou que vai abrir uma investigação para determinar se houve alguma negligência ou falha de prevenção que tenha causado o desmoronamento.
Em nota, o MP-AM disse que rachaduras no solo foram observadas dias antes da tragédia. “Há indícios de que a área onde foi construído o porto tenha passado por um processo de aterragem não natural, o que pode ter contribuído para o deslizamento”, diz o texto.
A Promotoria afirmou ainda que solicitou informações à Prefeitura de Manacapuru sobre a resposta ao desastre, a estrutura da Defesa Civil municipal e o suporte às famílias atingidas.
Já o governo federal designou uma equipe do Grupo de Apoio a Desastres (Gade), da Defesa Civil Nacional, para auxiliar a população de Manacapuru. A equipe estava em Manaus desde a semana passada atuando no gerenciamento dos desastres ocorridos por causa da estiagem e dos incêndios florestais no Amazonas.
Segundo o governo do estado, a responsabilidade do Porto da Terra Preta é do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O órgão do governo federal diz que administra apenas outro trecho do porto, não o atingido.
O Dnit acrescentou que está com técnicos no local para uma inspeção detalhada a fim de avaliar a extensão dos danos e os riscos que podem comprometer a segurança da estrutura sob sua responsabilidade.
“O incidente no Porto de Terra Preta é provavelmente resultado de um fenômeno sazonal conhecido como ‘terras caídas’, comum nesta época do ano na região”, diz trecho da nota do Dnit.
JOSUÉ SEIXAS / Folhapress