FOLHAPRESS – Quando se trata de suas séries derivadas, a Nintendo costuma não mexer em time que está ganhando. Isso também vale para “Super Mario Party Jamboree”, mas, desta vez, com espaço para abraçar novidades que só enriquecem o título que une e divide amigos e familiares há duas décadas.
Mantendo a tradicional partida de tabuleiro, recheada de minijogos, com elementos que deixam a competição mais acirrada, o game também assimila o uso de movimento dos “joy-cons” retomando o prazer dos tempos do Wii, mas criticado em “Super Mario Party”, de 2018 e competições online que lembram “battle royales”, à moda de “Fall Guys”.
Com isso, “Jamboree” coroa o Nintendo Switch como o melhor console para aproveitar os “Mario Party”, após o ótimo “Superstars”, de 2021, de pegada nostálgica.
A fórmula do modo principal se mantém quatro jogadores disputam num tabuleiro, jogando dados e se movendo entre casas para coletar moedas e comprar estrelas. Vence quem tiver mais.
Entre as rodadas, desafios põem a habilidade e a sorte das pessoas à prova, enquanto variáveis de um total de sete cenários, entre eles um shopping, o covil do vilão Bowser, uma pista de kart e até um castelo no céu, revitalizado do primeiro “Mario Party”, de 1998.
O recurso inédito é o tal personagem Jamboree, que surge no tabuleiro e, se aliado a um competidor após uma série própria de minijogos, confere habilidades especiais. São 12 ao todo entre as estrelas da casa, de Donkey Kong a Waluigi, que dão poderes como melhores dados, metade do preço na hora de comprar estrelas ou roubar moedas dos oponentes.
Além disso, esse parceiro permite que se faça tudo em dobro o que pode ser muito ruim se você cai numa casa do Bowser e pode, literalmente, perder tudo. Enfim, é uma adição que reforça a imprevisibilidade das partidas.
Outra novidade é “Modo Pro”, com regras que privilegiam a estratégia. Entre elas, há um limite de 12 rodadas, itens limitados e votação para escolher os minijogos. Pode funcionar para quem quer levar o jogo mais a sério, mas também limita a diversão do acaso.
Mas muito do frescor de “Jamboree” está nos modos alternativos, como uma campanha para um jogador, com diversas tarefas a fazer, desafios que mudam a cada dia, ilhas com jogos de ritmo e movimentação o da cozinha é excelente, enquanto o de voo pode ser um exercício pesado para os braços e duas grandes competições, o “Bowserathlon” e a “Brigada Anti-Bowser”, com elementos viciantes de “battle royale”.
No primeiro, o mais divertido, 20 jogadores disputam uma corrida a partir de três desafios. Cada moeda avança uma casa, conforme o jogo fica mais frenético e difícil. Há ainda um minijogo mais duro contra Bowser, que pode lançar o jogador para a lanterninha. Já na “Brigada”, os jogadores devem se unir para alimentar um canhão e derrotar um Bowser gigante numa pequena ilha.
O maior problema é que esses modos só funcionam com um jogador por console, o que limita demais as partidas locais. Da mesma forma, os 22 personagens disponíveis para escolha soam um tanto repetitivos em relação a “Superstars”, e as adições como Goomba ou Monty Mole soam como preguiça perto do elenco de games como “Mario Kart 8”.
Por fim, pontos para a localização em português, já presente em “Superstars”. Sempre bom estar numa festa na sua própria língua.
SUPER MARIO PARTY JAMBOREE
– Avaliação Muito bom
– Preço R$ 299
– Classificação Livre
– Produção Nintendo Cube
– Plataforma Disponível para Nintendo Switch
HENRIQUE ARTUNI / Folhapress