SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Javier Mascherano encerrou sua carreira com muita bagagem internacional. O ex-jogador, que disputou clássicos de peso em quatro países diferentes, opinou sobre o que torna Real Madrid contra Barcelona diferente dos demais.
FATOR CIDADE
O argentino já atuou em clássicos como Corinthians e Palmeiras, Boca Juniors e River Plate e Liverpool e Everton. Ele começou a carreira no River, passou pelo Brasil no Alvinegro paulista e depois foi para a Inglaterra antes de desembarcar na Espanha.
Mascherano justificou que a rivalidade no El Clásico espanhol fica maior porque são dois clubes de cidades diferentes se enfrentando. O fator geográfico também entra em cena com o “embate” entre duas das maiores metrópoles do país.
Soma-se a isso o fato de Real e Barça serem os maiores clubes do país, o que apimenta ainda mais competição dentro e fora de campo. No caso da Argentina, os dois principais clubes são de Buenos Aires, e o Brasil possui outros clássicos no nível do Dérbi paulista.
“No caso de Barça x Real Madrid, há uma diferença de outros clássicos que joguei. Não só por serem os maiores da Espanha, mas há uma rivalidade que se enfrentam duas cidades. Tudo o que rodeia essa partida é muito maior. Por ser em cidades diferentes, acho que faz que a rivalidade seja maior. Por exemplo, o rival do Corinthians é o Palmeiras e o do River é o Boca, mas são da mesma cidade”, disse Mascherano, à reportagem.
Ele disputou o El Clásico mais de 20 vezes e ostenta um retrospecto favorável: o Barça ganhou 9 vezes do rival, empatou cinco e perdeu oito com ele atuando. O ex-jogador é atualmente embaixador da La Liga e conversou com a reportagem por meio de uma ação da Chubb, seguradora oficial do Campeonato Espanhol na América Latina, antes do duelo do próximo domingo (21), no Bernabéu.
O QUE MAIS MASCHERANO DISSE
El Clásicos marcantes
“Não recordo quantos El Clásicos joguei, acho que mas mais de vinte. Perdi, ganhei, claramente lembro mais dos que ganhamos, um deles é um clássico em 2014/15, a temporada do triplete. Na partida de volta [2º turno da La Liga], estávamos atrás do Real Madrid em pontos, poderíamos passar se ganhássemos, e foi uma partida que vencemos por 2 a 1, isso nos deu a possibilidade de começar a abrir uma vantagem e terminamos campeões da La Liga, depois o triplete. Também me marcou muito o primeiro clássico em que estive. Não joguei, fiquei no banco, mas vencemos por 5 a 0 no Camp Nou. Foi o primeiro clássico entre Guardiola e Mourinho”.
Barça de 2014/15 foi o melhor?
“Tive a sorte de jogar quase oito anos no Barça. Tivemos diferente equipes, meu primeiro ano foi em 2010/11, temporada que ganhamos a La Liga e a Champions. Também era uma equipe que todos se lembram mais, eliminamos Real na semi da Champions, goleamos o clássico no Camp Nou. É difícil eleger uma temporada, foram muitas boas”.
Presenciou casos de racismo como os de Vini Jr quando jogou na Espanha?
“Não, em meu tempo não me recordo que alguém tenha sofrido isso sendo meu companheiro ou adversário. Obviamente tem que denunciar os casos, ser contra, apoiar essa luta. Não é somente no futebol, mas na vida, essas coisas não podem acontecer. Condeno qualquer ato de racismo contra qualquer pessoa. Vai além de uma camiseta, de ser torcedor de um clube ou de um país, não tem nada a ver. Tem que condenar os casos de racismo em tudo”.
ANDRÉ MARTINS / Folhapress