Masp abre novo prédio com cinco exposições e planeja projetos na área externa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Batizado de Pietro Maria Bardi, o recém-inaugurado prédio do Masp começa a receber o público de forma oficial nesta sexta-feira (28). O início das visitas marca uma nova dinâmica de funcionamento do museu: um ingresso, dois edifícios.

Chamada agora de Lina Bo Bardi, a construção antiga mantém sua entrada em funcionamento, mas o novo imóvel vai substitui-la no futuro. É necessário caminhar pela avenida Paulista para fazer a transferência entre os espaços, já que a conexão física entre os dois, um túnel, só deve ficar pronta no segundo semestre de 2025.

Segundo Paulo Vicelli, diretor de experiência e comunicação do Masp, o novo prédio é um marco na história do museu, equiparável à fundação em 1947 por Assis Chateaubriand (1892-1968), na rua 7 de Abril, e à mudança para o imóvel da avenida Paulista em 1968, que foi desenhado por Lina Bo Bardi (1914-1992).

“É histórico pela expansão em diferentes frentes”, diz Vicelli. O museu ganhou salas multiúsos, espaços para aulas e mais galerias, que já são usadas para as exposições desta semana.

São cinco em cartaz. No 6º andar, “Histórias do Masp” conta, por exemplo, como o museu formou seu acervo com peças de Rembrandt, van Gogh, Picasso e Tarsila de Amaral.

A mostra “Renoir” reúne 12 pinturas e uma escultura do francês no 5º andar. No piso abaixo fica “Geometrias”, com 50 obras de artistas como Lygia Clark, Tomie Ohtake e Ferreira Gullar, que exploram linhas e formas em pinturas e esculturas.

O 3º andar recebe “Artes da África”, um conjunto de 40 obras do continente. Abriga objetos do cotidiano, máscaras e mobiliários. A última, no 2º piso, dependendo do início da visita, guarda uma videoinstalação em que Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretam escritos de Lina.

Além das mostras, o público consegue transitar pelos pisos multiúso no 10º, 9º e 1º andar. Dá para observar a Paulista pelas frestas das placas de ferro.

O térreo do Pietro recebe o restaurante de comida brasileira A Baianeira, da chef Manu Ferraz, que ficava no Lina. Além de uma repaginada na decoração, o menu ganha novidades, como a moqueca de ostra e ovo caipira (R$ 110) e o galeto ao falso molho pardo (R$ 78), em que o sangue é trocado por molho de chocolate denso.

Um café com a mesma bandeira do restaurante, no mesmo andar, expede comidas rápidas. Prepara sanduíche de porco e requeijão moreno (R$ 42), ingrediente tradicional no norte de Minas, e também salada de pupunha crua com vagem, laranja e cuscuz de arroz (R$ 46).

Embaixo, fica o subsolo, que abriga a nova lojinha do museu, que aumentou de tamanho e não precisa de ingresso para entrar.

Ao ter mais espaço, o Masp espera receber mais público. Em 2024, o museu recebeu quase 600 mil visitantes, número que pode dobrar, diz Vicelli.

Uma das apostas para o crescimento das visitas, segundo o diretor, são exposições de peso, como a de Claude Monet (1840-1926), marcada para maio. O impressionista francês atraiu multidões quando esteve na programação em 1997.

De acordo com o museu, 60% do público que visita o espaço entra nos dias de gratuidade. A isenção do ingresso (R$ 75) acontece às terças (o dia todo) e às sextas, a partir das 18h. Vicelli diz que o preço é compatível com a qualidade das mostras do local. “O Masp é um museu privado que depende da receita da bilheteria para se manter”, afirma.

O crescimento do museu é também externo e chega ao vão embaixo do Lina. O museu administrava 80 m² do espaço antes de novembro de 2024. Passou para 3.600 m² após a nova concessão de 30 anos acordada com a Prefeitura de São Paulo.

O projeto prevê área de convivência grátis com mobiliário, wi-fi, iluminação, exposições e apresentações. Na sexta (28), às 20h, e no sábado (29) e domingo (30), às 15h, a artista Anna Maria Maiolino faz a performance “Ka”, na qual caminha em meio a ovos em referência à fragilidade da vida.

Em abril, será inaugurada no vão uma gangorra de 15 metros, instalação interativa do artista colombiano Iván Argote.

MASP

– Fundação: 1947

– Tamanho: 21.863 m² nos dois prédios

– Onde comer: A Baianeira, restaurante e café

– Como chegar: 450 m da estação Trianon-Masp (linha verde)

– Endereço: av. Paulista, 1.578, Bela Vista, região central

– Preço: R$ 75 em bilheteria.masp.org.br. Grátis ter. (o dia todo) e sex. (a partir das 18h)

– Horário: Ter., 10h às 20h. Qua. e qui., 10h às 18h. Sex., 10h às 21h. Sáb. e dom., 10h às 18h

MATHEUS FERREIRA / Folhapress

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