Matuê vai do reggae ao rock em show no The Town em homenagem à avó

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com um atraso de meia hora, Matuê abriu o domingo do The Town. O segundo dia do festival começou com um sol inclemente, ao contrário da chuva da noite anterior.

O rapper cearense foi brindado por um plateia lotada no palco The One, que foi apresentada a sua avó —Núbia Brasileiro, musicista e escritora cearense homenageada pelo artista no seu show.

O espetáculo de Matuê, intitulado “Convida o Nordeste”, foi dividido em quatro blocos. No início e no fim de cada bloco, vídeos e áudios reproduzindo falas e aparições da avó do artista desdobravam os elementos do Nordeste e de sua cidade, Fortaleza. Alguns dos vídeos foram feitos com auxílio de IA.

Matuê abriu o primeiro quarto com uma versão de “É Sal”, um dos arranjos mais criativos de toda a apresentação. A faixa a seguir foi “Conexões de Máfia”, parceria com o rapper norte-americano Rich the Kid, música que também fez o público cantar junto.

O segundo bloco, dedicado à cidade de Fortaleza, teve uma versão ornamentada de “Antes” com teclados. “Máquina do Tempo” e “Kenny G” também ganharam destaque, esta última justamente por mostrar a personalidade peculiar do trapstar. Matuê canta na faixa que odeia Hennessy, marca de uísque comumente mencionada no trap.

O terceiro bloco se dividiu entre acústico e elétrico com Matuê tocando guitarra e mostrando a verve mais roqueira e cancioneira de sua obra, um prelúdio para o bloco final, no qual foi exibida uma projeção em vídeo de uma entrevista de Belchior, conterrâneo do artista.

No último bloco, um número considerável de espectadores começou a deixar o palco em direção ao show de Luisa Sonza. O calor também estimulou a migração. A reportagem observou ao menos uma pessoa com mal-estar sendo amparada pela equipe do festival.

O artista foi penalizado pelo atraso e pelo calor. Isso porque o bloco apresentou o que ele tinha de mais pesado no trap. Seu hit “Quer Voar”, acompanhado de guitarras em overdrive, foi um bom presente para uma plateia que foi se reduzindo, ainda que muitos fãs não arredassem o pé.

A sequência com “Vampiro” e “777-666”, com energia roqueira em antítese clara ao início regueiro do show, deu ao artista credenciais para levar o título de um dos melhores shows do dia.

FELIPE MAIA / Folhapress

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