SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O MEC (Ministério da Educação) voltou a notificar a Unisa (Universidade Santo Amaro), nesta sexta-feira (22), sobre o episódio dos alunos que ficaram nus e mostraram o pênis durante uma competição esportiva.
A pasta agora pede detalhamento de informações e documentação comprobatória a respeito das investigações e expulsões de alunos envolvidos. O caso aconteceu em abril deste ano durante o Calomed, jogos universitários realizados em São Carlos, no interior de São Paulo, mas vídeos do episódio só viralizaram na última semana.
Ao menos sete alunos foram expulsos. A reportagem tenta contato com a Unisa desde segunda (18), mas a instituição não responde aos questionamentos da reportagem não diz quantos estudantes foram expulsos, nem como a investigação está sendo conduzida. A Polícia Civil também investiga o caso.
Em nota divulgada na terça (19) em seu site, a Unisa afirma que entregou ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo) “elementos que podem colaborar com as providências cabíveis”.
Além da Unisa, o MEC notificou o Centro Universitário São Camilo, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a FCMSCSP (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo), que têm até 15 dias para prestar esclarecimentos.
De acordo com a pasta, estudantes dessas três instituições também apareceram em imagens com teor similar às dos alunos da Unisa. O objetivo, diz o MEC, é apurar quais medidas foram tomadas para investigar e punir condutas ocorridas em trotes, jogos ou eventos de cunho acadêmico.
Estudantes do São Camilo também abaixaram as calças nos jogos de abril. Em nota, o centro universitário afirma que, para evitar injustiças, não expulsou ninguém, mas decidiu suspender a participação dos alunos do curso de medicina de quaisquer competições esportivas, por tempo indeterminado.
“É uma questão estrutural, que precisa ser mudada de forma eficaz, mesmo que tais ações aconteçam em espaços externos à universidade”, diz a nota do São Camilo.
Em nota publicada em seu site, a Santa Casa diz que recebeu, na terça-feira, imagens consideradas “desabonadoras” de alunos da faculdade também durante o Calomed e que criou uma comissão para apurar os fatos, identificar os envolvidos e tomar as medidas cabíveis.
Diz também que o comportamento em questão não representa os valores da FCMSCSP. “Acreditamos que a preparação do médico não se resume somente aos conhecimentos científicos, mas também à sua formação ética e moral, que inclui atributos como humanidade, respeito e responsabilidade”, afirma a nota.
Já a Unifesp diz que atua desde terça, quando tomou conhecimento das imagens, para identificar a relação dos envolvidos com a instituição e tomar medidas cabíveis com base nas normas internas e legislação vigente.
ISABELLA MENON / Folhapress