SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A médica agredida por pai e filha na madrugada de domingo (16) no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, no Rio de Janeiro, sofreu cinco lesões.
A profissional Sandra Lúcia estava atendendo pacientes na Sala Vermelha quando um homem invadiu o espaço exigindo atendimento. Ele deu um soco na boca de Sandra.
O laudo do exame de corpo de delito constatou cinco lesões: na orelha direita, nos antebraços esquerdo e direito, na coxa esquerda e no tórax, além da boca, informou a Polícia Civil. A investigação está sendo feita pelo 27ª DP (Vicente de Carvalho).
Sandra ficará de licença por oito dias para se recuperar e contou ao UOL que pretende voltar ao hospital. “Eu estou com medo, mas não posso deixar que isso me afete, que afete a minha profissão”.
A médica cumpria sozinha o plantão no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles. Sandra diz que cinco profissionais deveriam estar atendendo no plantão.
“Estou com vários hematomas, fui agredida quando já estava no chão e precisei me esconder no hospital porque a filha dele queria continuar me batendo”, disse a médica Sandra Lúcia, de 53 anos
“Estou acostumada com a convivência e com as pessoas que dependem do SUS, mas a gente tem um descaso muito grande na saúde. Não temos concursos para os profissionais, não temos mais vigilantes, a unidade tem muitos problemas. Na maioria das vezes nós recebemos agressões verbais pesadas, mas dessa vez foi física”.
Pai e filha chegaram à emergência do hospital na madrugada de domingo por volta das 3h30. Os dois estavam visivelmente alterados e o homem queria atendimento devido a um pequeno corte na mão, que nem de pontos precisava, segundo Sandra.
Como a unidade tinha cerca de 60 pacientes, o homem foi orientado a aguardar ou procurar outra unidade, já que pacientes com quadros mais graves seriam atendidos primeiro.
Ele reagiu dizendo estar armado, invadiu a Sala Vermelha, onde a médica da unidade atendia, e deu um soco na boca da profissional. Ela precisou receber pontos de sutura.
Após a agressão à médica, uma paciente de 82 anos sofreu uma parada cardiorrespiratória às 4 horas e morreu. Toda a confusão durou cerca de uma hora e os funcionários chegaram a ligar pelo menos 10 vezes para a Polícia.
A filha do agressor depredou a sala de espera, quebrando vidros de portas, janelas e cadeiras. Os dois foram presos em flagrante por homicídio doloso e ele também foi autuado por lesão corporal. A investigação será conduzida pela 27ª DP (Vicente de Carvalho).
De acordo com o delegado Geovan Omena, que investiga o caso, pai e filha permaneceram calados na delegacia. Nenhum dos dois tinha anotações criminais.
Redação / Folhapress