SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Tribunal do Júri absolveu o médico Luciano Barboza Sampaio, na segunda-feira (3), da acusação de homicídio pela morte de Noah Palermo, de 5 anos. A criança morreu em junho de 2014 após complicações em uma cirurgia.
O resultado foi de quatro votos pela absolvição e três pela condenação. O julgamento durou cerca de 14 horas e foi realizado no Fórum Criminal de São Carlos.
O médico era réu por homicídio qualificado com dolo eventual, quando se assume o risco de morte. A acusação sustentou a tese de que o médico assumiu o risco da morte da criança. Segundo o promotor de acusação Mário José Correa de Paula, o médico abandonou o local de trabalho para assistir a um jogo de futebol na cidade de São Paulo. Para a família, isso contribuiu para o óbito do filho.
O advogado de defesa do médico, Eduardo Burihan, argumentou que não houve negligência. “Nós respeitamos todo o sofrimento da família da vítima, isso é algo que nos comove, mas isso não autoriza a que nós decretemos a condenação de uma pessoa inocente nesse processo”, disse à imprensa na chegada ao Fórum.
Para os pais de Noah, a vida da criança foi trocada por um jogo de futebol. A promotoria avalia se vai recorrer da decisão.
Os senhores jurados, decidindo a causa, negaram o segundo quesito acolhendo a tese da negativa de autoria do agir doloso do réu [Luciano] que foi sustentada em plenário, ocasionando a sua absolvição.Antonio Benedito Morello
RELEMBRE O CASO
Em 5 de junho 2014, após a cirurgia para a retirada do apêndice, Noah apresentou complicações. Luciano visitou a criança após a operação. Na ocasião, o médico Luciano Barboza Sampaio teria dito que as dores eram normais e prescreveu um medicamento para gases. Ele recomendou caminhadas para o alívio das dores.
O garoto morreu em 7 de junho horas depois de receber o medicamento em decorrência de uma parada cardíaca. O médico não estava no local porque estava em um plantão remoto.
Redação / Folhapress