Megaoperação prende suspeito de liderar crime organizado no centro de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Megaoperação deflagrada na manhã desta terça-feira (6) pelo Ministério Público de São Paulo em parceria com diversas instituições públicas prendeu Leonardo Monteiro Moja, o Leo do Moinho, suspeito de liderar o tráfico de drogas no centro de São Paulo.

Ele estava em seu apartamento na Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, quando foi detido, às 9h40.

Apontado como o real proprietário de uma série de hotéis e comércios na região central da capital paulista, registrados no nome de laranja, ele estava em liberdade condicional desde 2023, após ter sido preso em 2021.

A favela do Moinho, comandada pelo traficante, segundo as investigações, é referida nas investigações lideradas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, como espécie de quartel-general da facção criminosa PCC no centro da maior cidade do país.

O local funcionaria como fonte de abastecimento do tráfico de drogas da cracolândia, apesar de ser também residência de trabalhadores que nada têm a ver com ilícitos. A favela também teria barracos usados por traficantes para embalar drogas, além de ser cenário para sessões do chamado “tribunal do crime”, que julga extrajudicialmente infrações a regras estabelecidas pela organização criminosa.

As investigações revelaram também que a favela do Moinho, localizada em um trecho de linha férrea às margens da avenida Rio Branco, no centro de São Paulo, está equipada com câmeras de monitoramento, vigilantes e antenas de comunicação clandestinas capazes de captar o sinal dos rádios transmissores das polícias.

Equipamentos de rádio transmissão são comercializados por criminosos e usados pelos chamados olheiros, que monitoram o movimento no entorno da favela e que usam os aparelhos para informar seus comparsas sobre a movimentação policial na região.

Batizada de Salus et Dignitas (saúde e dignidade, em latim), a operação é tem ainda a participação das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, além do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho, Receita Federal e estadual, Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e Secretaria de Assistência Social do governo.

Trata-se de um novo modelo de intervenção, transversal e com a participação de vários órgãos públicos, que busca dar conta da complexidade de um território recortado por diversas práticas criminosas, mas que tem como face mais visível as cenas abertas de consumo de drogas, como a cracolândia.

Segundo os promotores do Gaeco, uma extensa investigação apontou para a cooperação entre diferentes grupos criminosos, o que cria um ambiente de ilicitudes no centro da maior cidade do país, favorecendo atividades ilegais que se valem da dependência química e da vulnerabilidade social das pessoas que circulam por ali para obtenção de benefícios econômicos.

A hipótese da operação em várias frentes é que ela suprima a estrutura de controle integrado dessas atividades criminosas locais para romper com o monopólio que o PCC exerce na área.

Estão sendo cumpridos 85 mandados de busca e apreensão, 48 medidas de confisco e bloqueio de bens e 45 medidas de suspensão de atividades econômicas e de interdição por lacração de estabelecimentos. Foram decretadas as prisões preventivas de sete pessoas apontadas como lideranças ou peças-chave da atuação desses grupos criminosos.

FERNANDA MENA E MARIANA ZYLBERKAN / Folhapress

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