SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles defendeu nesta sexta-feira (5) a autonomia financeira do BC bandeira levantada pelo atual comandante da autarquia, Roberto Campos Neto.
Meirelles argumentou que é importante que o Banco Central não fique sujeito às burocracias do governo e tenha liberdade para avaliar o pagamento de seus funcionários.
Servidores da autarquia têm pressionado por aumento de salários, por meio de paralisações e greves, que acabam atrasado serviços importantes e a divulgação de dados e projeções.
“A independência financeira, eu acho importante. Porque ela dá ao Banco Central (…) a capacidade de fazer a avaliação e o pagamento de seus funcionários, e não ficar sujeito a medidas burocráticas do governo”, afirmou Meirelles.
“Considerando-se a importância do Banco Central para o país, eu acho que é importante essa autonomia financeira”, completou.
Meirelles também defendeu a autonomia operacional da autarquia, garantida por meio de lei aprovada e sancionada em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O político afirmou que, durante seu comando do BC, embora a legislação ainda não estivesse aprovada, ele atuou com autonomia, algo que se mostrou bem-sucedido.
“O passado recente mostra quão é importante a independência do Banco Central à medida que é normal em qualquer país do mundo que os políticos tenham tendência a tentar influenciar as decisões do BC com cálculos mais ou menos imediatistas”.
As declarações feitas à imprensa aconteceram após seminário de inovação do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que contou com as participações de Campos Neto e do presidente da Febraban, Isaac Sidney. Atualmente, Meirelles é co-chairman do Lide.
STÉFANIE RIGAMONTI / Folhapress