SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma criança de 3 anos morreu na quinta-feira (10) nos Estados Unidos durante uma viagem de ônibus que levava ela e sua família de Brownsville, na fronteira com o México, para Chicago. O veículo foi fretado pelo Texas como parte de um programa do governador republicano Greg Abbott que envia migrantes de seu estado para cidades administradas por democratas.
De acordo com Joaquin Castro, congressista democrata do Texas que foi informado sobre o caso, a criança começou a apresentar um quadro de febre e diarreia e perdeu a consciência durante a viagem. Ela chegou a ser levada a um hospital em Salem, Illinois, a quase 2.000 km de Brownsville, mas morreu no centro de saúde, segundo o departamento de emergência do Texas.
As autoridades não divulgaram nenhuma informação de identificação sobre a criança, mas a emissora americana CBS afirmou que ela era uma menina da Venezuela.
Ao que tudo indica, a morte é a primeira que ocorre no programa de Abbott, que começou no início de abril. Segundo o jornal The New York Times, aproximadamente 30 mil migrantes foram retirados do estado do sul dos EUA desde então -4.600 deles foram para Chicago. As autoridades do estado dizem que apenas os migrantes que concordem com a viagem embarcam.
“Cada vida perdida é uma tragédia”, disse o departamento de emergências do Texas em um comunicado. “Assim que a criança apresentou problemas de saúde, o ônibus parou e o pessoal da segurança a bordo ligou para o atendimento.”
A entidade afirmou ainda que, antes da viagem, funcionários verificaram a temperatura dos passageiros e perguntaram se eles precisavam de assistência médica. “Nenhum passageiro apresentou febre ou problemas médicos”, disse o comunicado. De acordo com um porta-voz, a polícia de Illinois está investigando o caso.
“Durante meses, a Operação Lone Star transferiu requerentes de asilo para todo o país em condições miseráveis”, disse um comunicado assinado por Castro e pelo deputado de Illinois Jesús García. “O governo Biden tem a obrigação de detê-los.”
Após a pandemia, que represou parte dos migrantes e agravou a pobreza na América Latina, a fronteira dos EUA com o México vive uma crise.
De acordo com dados oficiais, entre janeiro e julho de 2023, 248.901 pessoas cruzaram a perigosa selva de Darién, na fronteira entre a Colômbia e o Panamá, a caminho dos EUA. A cifra supera o número observado durante todo o ano passado, quando 248.284 migrantes atravessaram a divisa entre os dois países de forma irregular. A previsão é que até o fim deste ano 400 mil migrantes passem pelo estreito.
Redação / Folhapress