SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Segundo os dados divulgados pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, o mês de junho de 2024 terminou como o menos chuvoso desde 1995 e como o mais quente de toda a série histórica de temperatura, com início em 2004, na Grande São Paulo.
Nos 30 dias do mês, o CGE registrou apenas 0,7 mm de chuva média na cidade, o que equivale a 1,4% da média esperada, de 49,5 mm. O dia mais chuvoso do mês foi o dia 4, com 0,3 mm.
“A precipitação observada durante o mês foi de chuviscos, que totalizou apenas 0,7 mm em quatro dias. Esse quadro é comum para a época do ano, já que ocorre uma maior frequência de bloqueios atmosféricos, que impedem a livre passagem de frentes frias pelo estado paulista”, explica Adilson Nazário, técnico em meteorologia do CGE.
Durante o mês de junho são esperados oito dias com chuva. O ano com o maior número de dias com registro de precipitação foi junho de 2020, com 15 dias. O dia com o maior índice pluviométrico já registrado em um mês de junho, desde 1995, ocorreu em 27/6/2020, com 57,4 mm de média na cidade. Já o maior acumulado médio na cidade de todo o histórico do CGE ocorreu em 10/2/2020, com 92,4 mm.
Das cinco regiões da cidade, a maior precipitação registrada foi na zona sul, com 1,4 mm. Em seguida, vieram zona leste, com 0,4 mm, e zona oeste, com 0,1 mm. Não choveu na zona norte e no Centro.
Considerando os acumulados por subprefeitura, os dois locais mais próximos da serra do Mar, onde a brisa marítima mais atua, foram as que tiveram mais registro de precipitação. Em Parelheiros choveu 9,3 mm, e em Capela do Socorro, 1,2 mm. Na sequência, ficaram Vila Prudente e Sapopemba, na zona leste, com 0,8 mm cada, e Cidade Ademar, na zona sul, também com 0,8 mm.
Em relação à temperatura, influenciada pelo bloqueio atmosférico que deixou uma grande massa de ar quente e seco sobre grande parte da região central do Brasil, São Paulo também teve o junho mais quente desde 2004.
As temperaturas se mantiveram acima da média. A mínima média esperada era de 13,4°C e a máxima média, de 22,9°C. O mês registrou mínima média de 14,3°C e máxima média de 25,7°C, ou seja, 0,9°C e 2,7°C respectivamente acima do esperado.
“O junho com a média máxima mais quente até então havia sido o de 2018, com 25,2°C na cidade, enquanto o junho com a maior média mínima, havia sido os dos anos de 2009 e 2010, com 14,1°C”, comenta Nazário.
“Isso ocorreu por conta do predomínio de uma massa de ar quente e seco desde o mês de maio, dando origem a um forte bloqueio atmosférico, inibindo a passagem de frentes frias e a formação de nuvens carregadas. Associados a essa condição, os ventos quentes e úmidos oriundos da região amazônica proporcionaram a formação de fortíssimos temporais por dias seguidos sobre o Sul do Brasil, em especial sobre o Rio Grande do Sul, que registrou a maior catástrofe climática sobre o estado sulista”, complementa o técnico em meteorologia do CGE.
A menor mínima média do mês foi de 11,4°C, justamente neste domingo (30), já a menor mínima absoluta, aquele valor registrado em um único local, foi de 5,7°C dia 19, na subprefeitura de Parelheiros.
Já a maior máxima média do mês foi de 28,4°C, no dia 24, enquanto a maior máxima absoluta, foi de 29,5°C, dia 10, na Mooca, na zona leste.
Com relação à umidade relativa do ar, a média na cidade ficou em 45,6%. O mais seco foi o dia 20, com média de umidade em 23,6%. Já a menor umidade absoluta, aquela registrada em um único local, ocorreu também no dia 20, na estação meteorológica da Sé/CGE, no Centro, com 15,1%.
Frio não bate recorde nesta segunda-feira (1º)
A previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) era que a temperatura na madrugada desta segunda-feira (1º) em São Paulo poderia ser a mais baixa do ano. No entanto, o instituto confirmou que a mínima registrada foi de 12°C, enquanto a marca mais baixa do ano foi de 10,4°C, em 29 de maio.
CLAUDINEI QUEIROZ / Folhapress