RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Meta cancela programa de checagem, carnes devem continuar batendo recordes de exportação e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Meta cancela programa de checagem, carnes devem continuar batendo recordes de exportação e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (8).

**SEM CHECAR**

Mark Zuckerberg não quer saber mais de checagem de fatos. Ontem, o CEO da Meta anunciou uma série de mudanças nas práticas de moderação de conteúdo no Facebook e no Instagram.

O QUE MUDA?

A empresa cancela os serviços de checagem usados para tentar conter a disseminação de desinformação nas plataformas da Meta.

“Os fact checkers foram muito enviesados e destruíram mais confiança do que criaram. Vamos nos livrar deles”, afirmou Zuckerberg.

Os conteúdos nas redes receberão uma espécie de “correção” como a adotada pelo X, antigo Twitter, de Elon Musk. Nele, os usuários podem adicionar um comentário fixo à publicação. A nota acrescentada não é checada.

REBOBINANDO…

Em 2016, logo após a eleição de Trump, o Facebook criou seu programa de checagem de fatos. Empresas de mídia e instituições escolhidas para a função verificavam o que era verdadeiro e o que era falso na rede.

Na época, Zuckerberg e a empresa estavam na mira da opinião pública após casos de disseminação de desinformação, sobretudo durante campanhas eleitorais.

Ele teve de prestar depoimento ao Senado americano para defender-se de uma possível intervenção russa nas publicações sobre a campanha eleitoral de 2016.

Em 2021, o CEO da Meta baniu o então ex-presidente dos EUA de postar nos aplicativos da empresa dois dias após os ataques antidemocráticos ao Capitólio, em 6 de janeiro.

…E AVANÇANDO

Agora, a pouco mais de uma semana de Trump reassumir o poder, o bilionário se alinha ao discurso do republicano. Ele e seus eleitores defendem que a checagem dos fatos inibe o que definem como liberdade de expressão.

E AQUI?

O chefão da Meta afirmou que “países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”, sem apresentar provas ou exemplos.

A fala pode fazer referência a instâncias como o inquérito das fake news, aberto há cinco anos no STF.

A decisão e a declaração repercutiram no Brasil, com reações de…

…Jorge Messias, advogado-geral da União, que defendeu urgência no debate sobre a regulação das redes sociais.

… Fernando Haddad, da Fazenda, relacionou decisão da Meta à trama golpista, que completa dois anos hoje.

**FECHADOS COM TRUMP**

O caso de Zuckerberg não é exclusivo. Os dias que antecedem à posse de Trump têm tido movimentos de alinhamento de grandes corporações e executivos ao futuro presidente dos EUA.

CHEGUEI PRIMEIRO

Elon Musk é o exemplo mais evidente, por ter utilizado sua rede social, o X, como uma plataforma de apoio à campanha do candidato republicano.

Durante todo o processo eleitoral, manteve-se ao lado de republicano e, agora, ocupa um cargo no recém-criado Departamento de Eficiência Governamental.

Em seu perfil no X, ele comemorou a decisão da Meta. Disse que a novidade é “incrível” e republicou outras declarações favoráveis.

ENTENDA

Empresas de tecnologia desejam um ambiente regulatório menos rígido do que é hoje, e para isso, contam com o novo governo. O movimento conta com apoio de Tim Cook, da Apple, e Sundar Pichai, da Google.

ES..O QUE?

Com a troca no poder em Washington, empresas que adotaram a agenda ESG (Ambiental, Social e de Governança, traduzindo para o português) estão deixando os planos progressistas de lado.

Bancos como o Goldman Sachs, o Wells Fargo, Citi, Bank of America e Morgan Stanley deixaram uma das principais coalizões climáticas do setor, a NZBA (Rede Bancária de Zero Carbono). Elas podem agora reduzir seus compromissos com políticas favoráveis ao clima.

Políticos republicanos acusavam os participantes do grupo de reduzir o financiamento para empresas de combustíveis fósseis, o que poderia violar regras antitruste.

Truste é a união informal entre empresas para tomar uma atitude que pode prejudicar a competitividade do mercado. Medidas antitruste existem para protegê-la.

MAIS ADEPTOS

O McDonald’s anunciou que irá reverter algumas de suas práticas voltadas à diversidade nessa esteira. Vai parar de pedir aos fornecedores que se comprometam com certos objetivos baseados em DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão).

A decisão da Suprema Corte dos EUA de encerrar ações afirmativas em admissões universitárias também impulsionou o movimento.

Ted Sarandos, CEO da Netflix, doador ferrenho do Partido Democrata há anos, visitou o resort Mar-a-Lago de Trump em dezembro.

O Walmart, nos EUA, recuou em ações de diversidade: não renovou ações de inclusão ou a venda de produtos temáticos para datas importantes para a comunidade LGBTQI+ em 2025.

**GALINHA VOA?**

Campeão. O Brasil é o maior exportador de carnes bovina e de frango do mundo.

A indústria da carne projeta bons resultados para 2025. Tão bons que devem quebrar recordes.

Em 2024, o país exportou 2,8 milhões de toneladas de carne bovina, 26% a mais do que em 2023, de acordo com a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).

Vendas movimentaram US$ 12,8 bilhões (R$ 78,8 bilhões), um incremento de 22% no faturamento do ano anterior.

No caso do frango, considerando os produtos processados, a alta nas exportações foi de 3%, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), somando 5,2 milhões de toneladas.

Receitas com exportação bateram os US$ 9,9 bilhões (R$ 60,5 bilhões), subindo 1,9% em relação a 2023.

OS MOTIVOS

A China é o maior comprador da carne bovina brasileira, gerando um faturamento de US$ 6 bilhões (R$ 36,6 bilhões) para o país.

Segundo o presidente da Abiec, Roberto Perosa, não há razões para acreditar que o cenário vá mudar em 2025 –as quantidades exportadas devem seguir em crescimento.

Sim, mas…um possível obstáculo para realização da projeção é a abertura de uma investigação chinesa sobre importações de carnes bovinas, que pode levar a uma redução das compras.

O Ministério do Comércio chinês quer entender se as importações prejudicam a produção de carne doméstica.

Vendendo para fora, faltando aqui dentro. No Brasil, a carne ficou mais cara em 2024. A inflação acumulada sobre os produtos foi de 15,4% em 12 meses, a maior desde 2021.

A alta dos preços se deve à menor oferta de animais para o abate e o maior volume de exportações para André Almeida, gerente de pesquisa do IBGE (Instituto de Geografia e Estatística), que calcula a inflação pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

**DA HERMÈS PARA O WALMART**

A Birkin, modelo mais famoso da marca de luxo francesa Hermès, ganhou uma réplica vendida pelo Walmart, rede de supermercados dos EUA.

Explico por que isso é interessante do ponto de vista econômico.

A “TAL” BOLSA

Birkin é um termo importante do mundo da moda. Seu nome é homenagem a Jane Birkin, cantora e compositora francesa que virou musa de designers devido ao seu estilo descontraído e, ao mesmo tempo, elegante.

Ela morreu em 2023 e foi definida como a “mulher mais mais chique do mundo” em texto da Folha.

MISSÃO IMPOSSÍVEL

A peça ganhou popularidade sobretudo devido ao método adotado pela marca para vendê-la. Para comprar uma, não basta entrar em uma loja e pagar. A peça é reservada a clientes considerados importantes pela maison e há uma lista de espera longa para adquiri-la.

Geralmente, a compra de uma dessas bolsas exige um “namoro” entre vendedor e cliente. Ele vai à loja várias vezes, compra diferentes itens da marca e, somente depois de gastar muito dinheiro na Hermès, oferecem-lhe a rara benesse.

US$ 10 mil (R$ 61 mil) a US$ 100 mil (R$ 610 mil) é o preço de cada bolsa, que varia a depender da raridade da cor ou se ela pertence a alguma coleção especial.

US$ 2 milhões foi o preço da mais cara, segundo a casa de leilões Sotheby’s. Ela tem diamantes e foi desenhada por Pierre Hardy, da Hermès, em 2012.

Existe um mercado de venda de Birkins de segunda mão que abusa dos preços para compensar a facilidade em adquiri-la. Uma bolsa de alguma coleção especial de hoje, tende a valorizar-se no futuro, quando se tornará rara. Dá para dizer que é um investimento.

Wirkin é o apelido dado pelo público à versão da bolsa vendida pelo Walmart, nos EUA, por US$ 49,90. Ela, claro, não é idêntica à inspiração. A original é a que você viu no início desse texto.

A “Wirkin”, versão da bolsa da Hermès vendida pelo Walmart a US$ 49,90

A ironia…é que a “cópia” torna acessível a um público maior um objeto que ganhou fama justamente por ser exclusivo de quem poderia pagar por ele. O fato de mais pessoas terem Birkins verdadeiras ou falsas por aí diminui o valor do modelo?

A ideia do Walmart desafia um mercado que está sofrendo com a redução de vendas, depois de uma expansão.

A receita da LVMH, que administra Louis Vuitton e Christian Dior, recuou 5% no terceiro trimestre em relação ao anterior.

Especialistas defendem a tese de que o aumento da inflação em países como os Estados Unidos e alguns membros da União Europeia tem impactado negativamente as vendas de marcas de luxo. Quando os itens essenciais ficam mais caros, o consumo de produtos supérfluos tende a diminuir.

LUANA FRANZÃO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS