Militares seguem aquartelados após armas do Exército serem encontradas no Rio

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de 160 militares continuam aquartelados na sede do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri (região metropolitana), após a divulgação de que 8 das 21 metralhadoras furtadas no local foram encontradas em uma comunidade no Rio de Janeiro, nesta quinta (19).

A informação é do general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar Sudeste. Em entrevista coletiva, ele repetiu diversas vezes que os não estão presos, mas que seguem nessa situação porque podem ser requisitados para ações ou nas investigações.

O oficial não disse até quando vai o aquartelamento.

Um total de 480 militares chegaram a ficar retidos na unidade por uma semana desde a descoberta, no último dia 10, de que parte dos armamentos haviam desaparecido.

Os militares foram inicialmente aquartelados em estado de “prontidão”. O procedimento costuma ser acionado em situações em que a tropa precisa ser mobilizada rapidamente para a ação. No caso do sumiço de metralhadoras, o aquartelamento pode servir tanto para manter suspeitos no local quanto para agilizar uma eventual operação de busca das armas.

Na terça (17), o Exército anunciou que a situação mudou do estado de prontidão para sobreaviso. Eles permanecem retidos “com o objetivo de contribuir para a investigação e possíveis ações necessárias”.

Na entrevista desta quinta, o general afirmou, sem especificar números, que dezenas de militares, entre novatos e oficiais, receberam formulários de apuração militar.

Eles são investigados ao menos por falhas administrativa e têm até 72 horas para apresentarem defesa. Os militares temporários serão expulsos, e os de carreira, submetidos a conselhos de justificação ou disciplina. Possíveis civis envolvidos também poderão ser julgados pela Justiça Militar por se tratar de um crime dessa competência.

O diretor do Arsenal de Guerra, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, será exonerado do cargo. “É um episódio inaceitável”, afirmou Gama.

Ainda de acordo com o general, os furtos ocorreram entre 5 e 8 de setembro e houve troca de lacres e cadeados de onde ficam as armas para esconder o desvio.

Questionado se houve falha nas câmeras de segurança do quartel, como os armamentos foram levados ao estacionamento e retirados do local, o general não deu detalhes, dizendo que são informações sigilosas que fazem parte do inquérito civil militar.

A principal linha de investigação é que as metralhadoras tenham sido furtadas com participação de militares do Arsenal, mas nenhuma hipótese está descartada, explicou o Comando Militar Sudeste em nota.

Todos os processos da organização militar serão revisados, e os responsáveis pela fiscalização e controle do armamento poderão ser responsabilizados nas esferas administrativa e disciplinar.

As oito armas apreendidas estavam no bairro da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio. Foram recolhidas quatro metralhadoras .50 e quatro de calibre 7.62 por agentes da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), da Polícia Civil.

FÁBIO PESCARINI / Folhapress

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