SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Cultura decidiu aumentar o número de escritoras negras selecionadas no Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura depois que um grupo de autoras fez uma série de críticas ao edital.
Um dos pontos de divergência foi o modo como a pasta aplicou a reserva de vagas no concurso. No começo de janeiro, a multiartista Laila Garroni apontou falhas argumentando que a candidatura de mulheres negras teria ficado restrita a vagas voltadas a cotistas.
Segundo ela, o problema é que as candidatas alocadas no sistema de cotas tiveram notas máximas. Por essa razão, considera que elas deveriam estar na ampla concorrência para que outras candidatas pudessem ter mais chances na reserva de vagas. “Mas esse edital pegou centenas de mulheres negras e disse que elas podem competir só entre elas.”
Após reunião no dia 11 de janeiro com as escritoras, o MinC decidiu mudar a seleção e colocar na ampla concorrência mulheres negras que tiveram pontuação máxima. Com isso, serão abertas 12 novas vagas para cotistas.
“A ampliação do número de premiadas pretende valorizar ainda mais a escrita literária no país, a efetividade das políticas afirmativas e a promoção da diversidade literária brasileira”, diz o MinC, em nota. Com a mudança, o número de contempladas com o prêmio aumentará de 61 para 73 escritoras.
Lançado em abril do ano passado, o edital distribuiu R$ 3 milhões para as vencedoras, sendo que cada uma receberá R$ 50 mil. Elas puderam concorrer com contos, crônicas, poesias, histórias em quadrinhos, romances e roteiros de teatro.
MATHEUS ROCHA / Folhapress