Mineradoras seguem sem atualizar informações sobre segurança de barragens

O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. 4 anos depois, uma serra de 86 metros de altura de rejeitos se rompeu em Brumadinho. Foto: Rogério Alves/TV Senado

Pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP) realizaram o estudo Public databases of tailings storage facilities fall short of full risk disclosure, sob orientação do professor Luis Enrique Sánchez, para analisar as informações sobre segurança de barragens de mineração no país.

Os resultados mostram que o maior problema, mesmo depois das tragédias-crimes de Mariana e Brumadinho, é a falta de atualização dos dados sobre a estabilidade das barragens. Há pelo menos um ano, as informações não haviam sido alteradas pelas empresas.

Para a professora Rafaela Shinobe, a modificação é extremamente necessária, porque as barragens estão mudando constantemente em termos de estrutura e volume suportado. 

Segundo a mestranda, os documentos costumam concentrar seus esforços nas questões estruturais e de arquitetura e acabam omitindo questões relevantes sobre o espaço e situações de emergência, como preparação e rotas de fuga em caso de rompimento das barragens, fundamental para as populações que vivem às margens das estruturas.

O Brasil tem hoje mais de 900 barragens de mineração e 464 delas têm pelo menos algum grau de risco de rompimento, segundo dados da Agência Nacional de Mineração. 64 têm risco alto de rompimento.

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