SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde decidiu prorrogar por mais 30 dias os trabalhos do comitê gestor que avalia atos de gestão dos hospitais federais do Rio de Janeiro.
O comitê foi criado em março para coordenar o funcionamento das unidades após denúncias a respeito das condições dos hospitais.
A pasta vai coordenar a reestruturação da gestão dos locais, junto à EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), ao GHC (Grupo Hospitalar Conceição) e à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Durante entrevista coletiva, a ministra Nísia Trindade afirmou que o desenho da gestão será feito na linha de uma gestão compartilhada, pensando no SUS (Sistema Único de Saúde).
“O governo não abrirá mão de coordenar o programa de reconstrução dos hospitais e fará isso dentro da visão do SUS. Um modelo de gestão definitivo será detalhado dentro desse programa após toda uma fase de análise e de diálogos que precisam ser feitos com todos os entes”, disse.
Funcionários do Hospital Federal dos Servidores do Estado referência em cirurgias de grande porte no Rio relataram episódios de insalubridade, como uma cirurgia feita em uma sala inundada.
A situação gerou críticas à ministra, que foi cobrada pelo presidente Lula (PT) durante uma reunião ministerial pela condição dos hospitais, pela epidemia de dengue e pelas mortes dos yanomamis no 1º ano do governo.
Após a cobrança, foi oficializada a demissão de Helvécio Magalhães do comando da Secretaria de Atenção Especializada.
Durante a coletiva, a ministra afirmou ainda que o Ministério havia identificado, na transição de governo, diversos problemas.
De acordo com o atual secretário de Atenção Especializada, Adriano Massuda, o governo identificou 593 leitos fechados, enfermarias e centros cirúrgicos interditados, desabastecimento de insumos e medicamentos (incluindo oncológicos), equipamentos e infraestrutura sem manutenção, além da redução de mais de 1,6 mil servidores estatutários (entre 2018 e 2023) e déficit de 7.000 profissionais.
Ainda segundo a pasta, após a identificação de falhas, por meio de ações emergenciais, o Ministério promoveu a reabertura de 300 leitos e contratação de 294 profissionais, o que gerou um aumento de 22% em internações hospitalares em relação ao ano anterior.
Redação / Folhapress