SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público de Portugal aceitou a denúncia do caso de racismo ocorrido contra os filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso em 2022.
Na ocasião, uma portuguesa atacou os filhos do casal, Titi e Bless, em um restaurante na Costa da Caparica, destino turístico do país. A mulher teria dito ofensas racistas para as duas crianças e para uma família angolana que estava no local.
Nesta sexta-feira (12), Giovanna comemorou em suas redes sociais que a denúncia finalmente foi aceita pelo MP português. Em um texto publicado em seu perfil no Instagram, a atriz afirma que o país europeu “superou uma questão teórica” sobre onde enquadrar o crime. Ela também agradeceu o trabalho de sua equipe de advogados portugueses.
Na ocasião, Giovanna foi filmada confrontando a mulher e sua reação viralizou na internet. “Sua racista nojenta”, disse a mãe de Titi e Bless. A suspeita foi detida, mas liberada no mesmo dia.
“Há quase dois anos fizemos uma acusação no Ministério Público de Portugal após nossos filhos e um grupo de angolanos serem vítimas de racismo. Racismo é crime e não pode ser banalizado”, escreveu a atriz.
“Inicialmente, pedimos que a autora fosse enquadrada em crimes previstos no artigo 240 do Código Penal Português, que prevê punição para discriminação e incitamento ao ódio e à violência. A denúncia não foi aceita, mas nunca desistimos”, continuou.
“Hoje, podemos comemorar porque o Ministério Público aceitou nossa acusação por difamação e injúria racial e superou uma questão teórica sobre onde enquadrar o crime perante a lei. Vencemos, mas ainda é um pequeno passo”, completou Giovanna.
“Entretanto, acreditamos que, se este processo puder conscientizar em questões de combate ao racismo, o mundo poderá, quem sabe um dia, ser mais igualitário. O próximo passo será o julgamento da racista. Esperamos voltar em breve para contar outra vitória”, escreveu.
“Agradecemos aos advogados portugueses Rui Patrício, Catarina Martins Morão e Teresa Sousa Nunes que permanecem ao nosso lado para que a justiça reconheça o racismo como um crime – um crime que discrimina, que fere a autoestima e não permite que pessoas negras tenham oportunidades. Um crime que mata em qualquer parte do mundo. E a gente precisa construir uma sociedade que entenda que o racismo não pode ser tolerado, nem em forma de ódio disfarçada de piada.”
Giovanna e Bruno são pais de Titi, 10, Bless, 9, e Zyan, 3.
A reportagem procurou o Ministério Público de Portugal para comentar o caso, mas não obteve resposta.
Redação / Folhapress