Ministro de Lula chama regulação de fake news de PL00 e diz que, se Legislativo atrasar, TSE terá poder

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “PL2630 agora nem é mais 2630, é PL00”, afirmou nesta quarta-feira (1º) o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT), em evento paralelo do G20.

“Se o Poder Legislativo atrasar muito esse debate, vai chegar eleição e novamente o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] vai definir o que pode e o que não pode ser feito”, acrescentou o ministro do governo Lula. “Aquilo que deveria ser resolvido pela lei vai acabar novamente sendo regulado pelo próprio tribunal eleitoral.”

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ainda não oficializou o grupo de trabalho que irá formular uma nova proposta do projeto de lei das Fake News, anunciado pelo próprio parlamentar há 20 dias.

A ideia de retomar as discussões sobre o PL, que está travado na Casa há quase um ano sem consenso, ocorreu na esteira do embate entre o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter).

Lira sugeriu que fosse criado um grupo de trabalho para elaborar nova proposta. Na prática, o processo de discussão em torno da regulamentação das redes sociais começará praticamente do zero.

Apesar das declarações, Pimenta disse confiar na criação do grupo de trabalho prometido por Lira. “Acho que não vai ser desprezado o trabalho do deputado Orlando Silva”, afirmou, em referência à proposta original do parlamentar do PC do B-SP.

O ministro participou de coletiva de imprensa ao lado do diretor-geral adjunto de comunicação e informação da Unesco, Tawfik Jelassi, e da subsecretária geral da ONU para Comunicações Globais, Melissa Fleming.

Em mesa anterior do mesmo evento, Pimenta defendeu a remuneração de jornalistas por uso de conteúdo para treinamento de sistemas de inteligência artificial e anunciou a criação de uma iniciativa global de combate à desinformação sobre mudanças climáticas.

MARCOS HERMANSON / Folhapress

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