SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, citou nesta segunda-feira (23) o líder sul-africano Nelson Mandela ao ser questionado no programa Roda Viva, da TV Cultura, sobre a atuação do grupo terrorista Hamas na Palestina.
O tema da pergunta foi sobre o possível papel do Hamas no pós-guerra.
Ao responder sobre um prefácio escrito em março deste ano pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim, em que ele afirma ser encorajador o papel do grupo na reconstrução dos direitos palestinos, Pimenta afirmou que o texto foi escrito em um contexto que desconhece e que cabe aos palestinos discutir o papel dos seus atores, citando a atuação de outros grupos.
“O Hamas tem que ser responsabilizado pelo que ele fez, mas nós já vivemos situações no mundo em que o IRA era considerado terrorista e hoje faz parte do governo do Reino Unido.”
“Já vivemos situações em que o Nelson Mandela ficou 27 anos na cadeia acusado de terrorista e se tornou uma das maiores lideranças, um dos maiores estadistas do século 20. Como é que vai ser o futuro, o desdobramento, o papel do Hamas, se ele vai mudar, se vai mudar sua orientação, é o povo palestino que tem que fazer essa discussão”, disse.
Pimenta também afirmou que “crime, terrorismo, crime contra inocente, isso não pode ser tolerado por ninguém”.
A declaração do ministro foi dada dias após o presidente Lula (PT) usar pela primeira vez o termo terrorismo para classificar os atos do Hamas na invasão a Israel em 7 de outubro. Ele tem evitado se posicionar em favor de um dos lados no conflito.
“Hoje quando o programa [Bolsa Família] completa 20 anos, fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza”, afirma Lula em vídeo, em referência ao balanço de 1.524 mortes divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza.
“[Crianças] que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel, mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e as matasse. Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra, que só querem viver, brincar, que não tiveram direito de ser crianças.”
Redação / Folhapress