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Ministro diz que Israel vai fazer com o Irã o mesmo que fez com Hamas em Gaza

MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder chinês, Xi Jinping, em intervalo de horas, usaram o multilateralismo para justificar a presença em Moscou durante as celebrações de Vladimir Putin que marcam os 80 anos do fim da Segunda Guerra na Europa.

Nesta quinta-feira (8), em que boa parte do continente lembra com feriado e cerimônias a rendição da Alemanha nazista, embaixadores da Rússia e de Belarus não foram convidados para uma sessão especial do Bundestag, o Parlamento alemão, em um ato diplomático significativo.

Em discurso, o presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, disse que “o Exército Vermelho libertou Auschwitz” e que os alemães precisam se lembrar disso. Ao mesmo tempo, sublinhou que isso não apaga as “mentiras históricas” do Kremlin, como a de que continua lutando contra o nazismo, um dos argumentos para a invasão da Ucrânia em 2022.

“Os libertadores se tornaram os novos agressores”, afirmou Steinmeier. “Com a guerra, Putin deixou em escombros a segurança europeia, que era a fonte de nossa esperança de que tivéssemos aprendido a lição dos horrores da guerra de uma vez por todas.”

Em Paris, o presidente Emmanuel Macron lembraria dos “valores que triunfaram em 1945”, em discurso no Arco do Triunfo. A guerra do leste europeu e sua disputa de narrativas marcam as homenagens aos 60 milhões de mortos, a maioria civis, assim como o genocídio de 6 milhões de judeus promovido pelo regime de Adolf Hitler.

A festa em Moscou ocorre apenas na sexta-feira (9), “Dia da Grande Vitória” na concepção russa, quando a rendição alemã foi repetida em Berlim, então liberada pelas tropas do Exército Vermelho. Putin usa a data redonda e a tradicional parada militar pelas largas avenidas de Moscou como uma demonstração de força. Por interesses próprios, Brasil e China participam da propaganda do presidente russo nesta semana.

“Já estou na Rússia para participar das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, que marcou o fim da Segunda Guerra. O dia que define a vitória contra o nazismo. A vinda à Rússia reafirma nosso compromisso com o multilateralismo. Iremos assinar acordos de cooperação em ciência e tecnologia e buscar a ampliação das nossas parcerias comerciais”, declarou Lula em rede social, pouco depois de desembarcar na capital moscovita.

Seu voo não sofreu alterações, como o da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, que teve o uso do espaço aéreo negado por três países europeus na semana passada. As sanções ao governo e cidadãos russos afeta a aviação comercial europeia. Além disso, ataques de drones da Ucrânia fecharam os aeroportos moscovitas várias vezes nesta semana, atrasando ou cancelando ao menos 350 voos desde terça-feira (6).

Lula e Xi Jinping, assim como líderes de mais duas dezenas de países, a maioria descrita em tons fortes pela imprensa europeia como ditaduras ou autocracias, participarão nesta noite (tarde no Brasil) de um jantar oferecido por Putin, no Kremlin. Assistirão também a um concerto.

Nesta manhã, o presidente chinês chamou o homólogo russo de velho amigo em encontro bilateral. Segundo a imprensa oficial chinesa, assim como Lula, Xi citou a necessidade de um mundo multipolar, com especial enfoque nas necessidades dos países emergentes.

A negociação envolve também uma ofensiva para “salvaguardar a autoridade e o status” da ONU. Os dois países têm poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas não ficou claro qual seria a estratégia descrita na assertiva. O Brasil defende uma reforma do órgão que inclui se tornar membro permanente do conselho.

Afirmação parecida saiu do encontro entre Putin e o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, ocorrido na véspera. A agenda de Lula também prevê uma reunião bilateral com o líder russo. A balança comercial entres os dois países, da ordem de US$ 12 bilhões, é amplamente favorável à Rússia, graças à exportação de petróleo.

Assim como a China e a Índia, o Brasil não participa do esforço liderado pela União Europeia para isolar Putin. Desde a invasão da Ucrânia, o apoio, sobretudo da China, se tornou uma linha vital para a economia russa.

JOÉ HENRIQUE MARIANTE / Folhapress

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