Ministro finlandês renuncia por apologia do nazismo após dez dias no cargo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Economia da Finlândia, Vilhelm Junnila, 41, apresentou sua renúncia nesta sexta-feira (30) após vir à tona uma série de falas suas fazendo referência ao nazismo. Assim, o membro do ultradireitista Partidos dos Finlandeses se torna o ministro com menor tempo de mandato da história do país nórdico.

Junnila ficou apenas dez dias no cargo -a coalizão de direita da qual seu partido faz parte assumiu o governo no último dia 20 após derrotar nas urnas a coalizão da ex-primeira-ministra Sanna Marin em abril.

A pressão para que renunciasse começou tão logo o novo governo assumiu. Durante a campanha eleitoral, a emissora pública YLE trouxe a público declarações de Junnila parabenizando um colega de partido pelo seu número de candidatura, o 88 -usado como símbolo nazista.

“Parabéns pelo excelente número, sei que te fará vencedor”, disse ele em um discurso em 10 de março. “Obviamente este 88 se refere às duas letras H”, completou. A referência se dá pelo fato de o H ser a oitava letra do alfabeto -88, assim, seria usado para se referir à saudação nazista “Heil Hitler”.

O efêmero chefe da pasta de Economia pediu desculpas pelo que chamou de uma escolha de palavras e de uma piada de mau gosto. Depois de assumir o cargo, ele condenou o Holocausto e o anti-semitismo em uma publicação nas redes sociais.

Junnila foi alvo nesta quarta-feira (28) de um voto de desconfiança no Parlamento local, convocado pela oposição. Mas a Casa de maioria conservadora o manteve no cargo -86 votaram por seu afastamento, e 95 votaram por sua permanência, com amplo apoio da base governista.

Nas eleições de abril, o Partido dos Finlandeses ficou em segundo lugar, com 20,1% dos votos, atrás da Coalizão Nacional, com 20,8%. Os partidos então formaram uma aliança junto a dois outros grupos menores para governar sob a liderança do novo premiê, o conservador Petteri Orpo. Outras falas do político também vieram à tona.

Em uma delas, em 2019, ele pediu que o país apoiasse o aborto na África como medida para conter o crescimento populacional e combater as mudanças climáticas. Depois da repercussão, disse que estava apenas apoiando o direito reprodutivo das mulheres. Junnila votou contra uma lei que facilitava o acesso ao aborto no país em 2022.

Em uma carta pública sobre a renúncia ao cargo compartilhada em suas redes sociais, ele disse que seria impossível “continuar como ministro de forma satisfatória”. E o que fazia pela “continuação do governo e da reputação da Finlândia”.

Redação / Folhapress

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