RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Ministros de Lula debatem proposta de regulação das redes sociais

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Ministros do governo Lula (PT) se reuniram nesta quinta-feira (22) na tentativa de concluir projeto de regulação de plataformas digitais, o que incluiria a responsabilização das empresas sobre o conteúdo publicado nas redes.

Segundo envolvidos na redação da proposta, o texto terá enfoque na defesa dos direitos dos usuários das redes, com ênfase em grupos vulneráveis, como crianças e adolescentes.

A reunião acontece dez dias depois de a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, citar os efeitos nocivos da plataforma chinesa TikTok durante jantar com o presidente da China, Xi Jinping.

Entre os participantes da reunião desta quinta, ocorrida na Casa Civil, estavam os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Sidônio Palmeira (Secom), além de Rui Costa (Casa Civil).

A proposta em debate inclui a adoção de critérios para a remoção de postagens que violam leis já existentes e para o combate a discursos de ódio e desinformação em massa.

Uma das dúvidas é sobre que órgão será responsável pela fiscalização, se a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ou a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados). A tendência é que fique a cargo da ANPD, desde que vitaminada.

As conversas sobre o projeto foram iniciadas em janeiro, na esteira da crise sobre o Pix e da decisão da Meta de flexibilizar controles de conteúdo em suas plataformas, como o Facebook e o Instagram. Nos primeiros dois anos de mandato, o governo tentou aprovar no Congresso Nacional uma proposta sobre o tema, o PL das Fake News, mas fracassou.

Uma das propostas em estudo prevê que as plataformas estejam submetidas a um dever de precaução, semelhante ao modelo europeu do “dever de cuidado”, com a atribuição de remover conteúdo considerado criminoso, sem necessidade de decisão judicial. Caberia ao governo fiscalizar o cumprimento geral das regras pelas empresas.

Na segunda-feira (19), ao defender a abordagem que fez sobre o tema na China, Janja afirmou ter travado conversas sobre o assunto com a primeira-dama da França, Brigitte Macron.

Horas depois, Janja publicou um vídeo oficial da primeira-dama francesa em apoio à causa da proteção das crianças nas redes sociais. Brigitte disse ter se sensibilizado com a história contada a ela por Janja da menina de oito anos que morreu ao fazer um desafio viral do TikTok.

A linha central do projeto em discussão também estipularia que o controle fosse feito pelas próprias plataformas no caso de conteúdo ilícito, desde violações do direito do consumidor a pedofilia e terrorismo. A intenção do governo, nesse ponto, seria restringir a moderação a crimes já previstos na legislação brasileira e tentar reduzir a resistência de grupos que apontam a regulação como uma trilha para a censura.

O texto, no entanto, abre caminho para que as plataformas sejam obrigadas a tomar medidas em relação a postagens que contenham “desinformação sobre políticas públicas”. As empresas teriam o dever de agir quando recebessem notificações extrajudiciais, além de combater a distribuição em massa de material dessa natureza.

A proposta em discussão foi elaborada pelo Ministério da Justiça. Sua minuta foi apresentada em janeiro a um grupo de trabalho com Casa Civil, AGU (Advocacia-Geral da União), CGU (Controladoria-Geral da União), Ministério da Fazenda e Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).

O grupo passou a se reunir para discutir a proposta, cujo texto final será submetido ao presidente Lula.

CATIA SEABRA / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS