BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Lula (PT) vai se reunir na tarde desta quarta-feira (24) com executivos das três companhias aéreas brasileiras, Gol, Latam e Azul, para discutir a crise no setor.
O encontro será no Palácio do Planalto, coordenado pelo ministro Rui Costa (Casa Civil), com Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e um representante da Petrobras, segundo relatos. Não há, segundo auxiliares palacianos, expectativa de anúncio nesta quarta.
As companhias têm se queixado de uma crise nos caixas que se arrasta desde a pandemia da Covid-19, quando perderam recursos e o então governo Jair Bolsonaro (PL) não elaborou um programa de auxílio para elas.
Outra queixa tem sido o preço do querosene, combustível utilizado pelos aviões. O governo, contudo, diz que já houve no final do ano passado queda no valor e que não seria possível descer “na marra”.
Uma das possibilidades na mesa do governo é avaliar como está a margem de lucro das distribuidoras nos aeroportos, onde as aeronaves são abastecidas, para checar se há alguma distorção. Segundo relatos, está sendo feito um levantamento sobre isso.
Como mostrou a coluna Painel S.A, a Gol cogita pedir recuperação judicial nos Estados Unidos. Pessoas que participam das conversas afirmam que aderir ao Capítulo 11 da lei norte-americana de falências é mais vantajoso do que pedir recuperação judicial no Brasil. Abririam-se, por exemplo, mais possibilidades de financiamento no exterior.
Segundo integrantes do governo, não há prejuízo para eventual ajuda do Executivo caso a empresa declare recuperação judicial, mas temem que isso possa desencadear um efeito cascata, acabando com a capacidade de crédito das companhias.
Na terça-feira (23), Silvio Costa Filho disse que haveria reunião do governo para discutir o plano de socorro às empresas.
Costa Filho responsabilizou o governo Bolsonaro por não ter oferecido auxílio para as aéreas, em particular durante a pandemia.
Dentre as medidas que o governo avalia estão a redução do querosene para aviação e a concessão de créditos, por meio do BNDES e do Fnac (Fundo Nacional de Aviação Civil).
O ministro também criticou a grande judicialização do setor aéreo no Brasil, como uma das razões das dificuldades do setor. Disse que 70% dessas judicializações estão no Brasil e apontou que que essas empresas pagam cerca de R$ 1 bilhão.
MARIANNA HOLANDA / Folhapress