SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em um ano agitado para a Lua, mais uma missão buscará tocar o satélite natural da Terra. Desta vez, a IM-1, voo inaugural da Intuitive Machines, de Houston (Estados Unidos), tentará às 18h24 desta quinta-feira (22) ser a primeira empreitada privada a alunissar inicialmente, o horário previsto era 19h49.
Se tudo der certo com o módulo Odysseus, será o 25º pouso lunar da história.
No começo deste ano, uma outra missão privada com o módulo Peregrine, da empresa Astrobotic falhou ainda a caminho do satélite. Culpa de um problema no sistema de propulsão que causou vazamento de combustível.
Um pouco antes, em 2023, outras missões também fracassaram.
Foi o caso da japonesa ispace, que lançou o módulo Hakuto-R Mission 1 (M1) em abril. Um erro de cálculo deixou a sonda sem combustível.
Meses depois, em agosto, o Luna-25 perdeu o controle e espatifou-se no solo lunar. Era a primeira missão russa em 47 anos, e a queda evidenciou a decadência do programa espacial do país, que acumula oito pousos no satélite.
Além de Estados Unidos e Rússia (na verdade, a União Soviética), apenas China, Índia e Japão têm alunissagens concluídas.
Porém, ao pensar em humanos de fato andando no solo lunar, só os americanos foram bem-sucedidos. Foram 12 os astronautas que pisaram no satélite e 24 os que fizeram a viagem da Terra à Lua, todos pelas missões Apollo.
Em 1969 vieram os primeiros passos da humanidade na Lua, com a missão Apollo 11. Na ocasião, Neil Armstrong e Buzz Aldrin caminharam sobre a superfície lunar.
Os outros países que alunissaram o fizeram com robôs. Os primeiros pousos robóticos ocorreram em 1966. A União Soviética, em fevereiro daquele ano, chegou ao solo lunar com o Luna 9. Em junho do mesmo ano foi a vez dos EUA, com Surveyor 1.
O último pouso lunar do século 20 feito por um robô ocorreu em agosto de 1976, com a missão Luna 24, da União Soviética.
Décadas depois, em 2013, a China pousou no satélite natural, com equipamento robótico.
Em 2023, a Índia também conseguiu a façanha. A missão Chandrayaan-3 pousou na Lua, em 23 de agosto. O feito, por sinal, não foi pequeno: os indianos efetuaram a primeira descida no polo sul lunar, região mais desafiadora para alunissagens do que a faixa equatorial.
O pouso foi transmitido ao vivo pela ISRO (a agência espacial indiana). Houve também um discurso do primeiro-ministro Narendra Modi, que apontou o sucesso como uma realização em prol da humanidade. Disse também que todos podem ambicionar a Lua, inclusive os países do chamado Sul Global.
Os indianos já tinham tentado um pouso, com a missão Chandrayaan-2 em 2019, mas sem sucesso o módulo de pouso se espatifou no solo lunar, por uma falha de software na operação dos motores de descida.
O mais recente pouso com alguma emoção e dúvida foi o japonês.
Em 19 de janeiro deste ano, o Japão comemorou a sua alunissagem de estreia. O voo foi feito com o módulo de pouso Slim (sigla que em português significa pousador inteligente para investigação da Lua), em uma missão de baixo custo destinada a demonstrar um pouso robótico de alta precisão.
Contudo, na transmissão ao vivo do pouso, não ficou claro de imediato se o módulo havia sobrevivido à descida. Por um longo período ao ponto de a transmissão ser encerrada, com posterior coletiva de imprensa retomando o tema, a Jaxa (agência espacial japonesa) não deixava clara a situação da nave.
Foi informado, depois, que os painéis solares da sonda não estavam gerando eletricidade, o que poderia abreviar a vida do equipamento.
Passados nove dias, a Jaxa anunciou ter retomado as operações da sonda. Pouco depois, porém, afirmou que o Slim entraria em estado dormente nas duas semanas de noite lunar.
“Embora o Slim não tenha sido projetado para as duras noites lunares, planejamos tentar operá-lo novamente em meados de fevereiro, quando o Sol retornar para iluminar suas células solares”, disse a Jaxa, em redes sociais.
Não houve mais anúncios sobre a situação da sonda após isso.
Redação / Folhapress