RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um homem, identificado como Guilherme Morais, morreu na noite desta quinta (22) durante operação da Polícia Civil na comunidade de Três Pontes, no bairro de Paciência, zona oeste do Rio de Janeiro. Outro morador foi baleado na ação e seu quadro de saúde é estável.
Morais, que segundo moradores trabalhava como entregador de lanches, foi atingido por pelo menos um tiro durante confronto entre policiais e milicianos. Ele foi socorrido, mas chegou sem vida ao Hospital Municipal Pedro 2º, de acordo com assessoria da unidade.
A operação tinha como objetivo prender Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, apontado pela polícia como chefe da maior milícia do Rio de Janeiro. Informações de inteligência indicaram que ele estaria em uma reunião na comunidade Três Pontes, berço da quadrilha, segundo a Polícia Civil.
De acordo com as investigações, Zinho coordena milicianos nos bairros da zona oeste e regiões da Baixada Fluminense. Sob sua liderança, eles são suspeitos de extorquir moradores e comerciantes, além de explorar serviços como gás, transporte de vans e sinal clandestino de internet e TV.
Helicópteros da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) sobrevoavam a região durante a operação, mas os milicianos conseguiram fugir do cerco, com troca de tiros.
A reportagem entrou em contato com os advogados de Zinho e aguarda posicionamento.
Um ônibus foi incendiado nas proximidades do local da ação, fechando uma das vias principais da região. Não houve feridos nesse episódio específico.
Por causa do confronto, uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) precisou se abrigar na casa de um paciente.
Na noite de quinta chegou a circular a informação de que Zinho teria sido morto na ação, o que foi descartado pela polícia. No Twitter, o nome de Zinho ficou entre os termos mais citados durante a madrugada desta sexta (23).
Em nota, a Polícia Civil afirmou que “os agentes foram violentamente atacados a tiros de fuzil quando se aproximaram da região. Dois feridos foram socorridos com o auxílio dos policiais e encaminhados para unidade hospitalar. Um deles não resistiu aos ferimentos”.
Os agentes apreenderam diversos carregadores de fuzil, farta quantidade de munições, uniformes militares, coletes balísticos, coldres e rádios comunicadores, diz a corporação.
Ainda segundo a polícia, ” informações levantadas davam conta de que as principais lideranças da organização criminosa estariam no local, fortemente armadas, com coletes balísticos, uniformes pretos e prestes a iniciar uma guerra com outros grupos criminosos rivais”.
A Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada e diz que vai investigar as circunstâncias da morte de Morais. A PM afirma que reforça o policiamento na região.
BRUNA FANTTI / Folhapress