SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Moradores da favela do Moinho e ativistas de movimentos sociais realizaram nesta quinta (22) uma manifestação contra uma possível desapropriação da favela, localizada sob o viaduto Engenheiro Orlando Murgel, Campos Elíseos, centro de São Paulo.
Os manifestantes percorreram vias do bairro e por alguns instantes se mantiveram no cruzamento das avenidas Rio Branco e Duque de Caxias, na altura do parque Princesa Isabel.
Um panfleto que chamou para o ato, publicado na página Favela do Moinho no Instagram, diz que, após anúncio do governo da intenção de transferir a sede do Executivo paulista do Morumbi, na zona oeste, para o bairro, passaram a ocorrer uma série de medidas judiciais e administrativas para retirar favelas, ocupações, pensões e pequenos comércios do bairro.
Ainda conforme o texto, o ato foi uma defesa pelos espaços de moradia. Durante o protestos, cartazes e faixas mostravam críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição.
No início do mês a favela do Moinho foi alvo de uma ação do Ministério Público com o auxílio da Polícia Militar.
Segundo a Promotoria, a favela, que é cortada por um trecho de linha férrea, serviria como uma espécie de centro de inteligência do crime organizado, por estar equipada com câmeras de monitoramento, vigilantes e antenas de comunicação capazes de captar o sinal dos rádios transmissores das polícias.
A favela, tratada no âmbito da megaoperação como quartel-general do PCC na região central, também teria barracos usados por traficantes para embalar drogas, além de ser cenário para sessões do chamado “tribunal do crime”, que julga extrajudicialmente infrações a regras estabelecidas pela organização criminosa.
Redação / Folhapress