SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Moradores da Vila Mascote, nas proximidades do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, vêm relatando roubos cometidos por homens armados em motocicletas.
Alguns dos assaltos foram filmados. As imagens mostram uma dupla em uma moto azul atacando as pessoas. Eles buscam celulares, cartões, dinheiro, anéis e outros objetos de valor.
De acordo com uma moradora, os relatos de assaltos na região ganharam volume em julho, com uma intensificação há duas semanas. Seriam dois roubos por dia.
Essas informações são postadas em um grupo criado pelos moradores. Uma das motos é conhecida dos vizinhos e, pela placa, seria roubada, ainda de acordo com moradores.
Segundo levantamento dos vizinhos, as vias com mais incidência de roubos são a avenida Damasceno Vieira e as ruas Jovina, Praia do Castelo, Arapá, Araquém e Palacete das Águias.
Um abaixo-assinado online, que conta com 1.530 assinaturas, pede a implantação de uma base comunitária da Polícia Militar para conter os crimes. A petição menciona tiros durante algumas das ações dos criminosos.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública não se pronunciou até a publicação deste texto. A Vila Mascote está dentro da área de atuação do 35° DP (Jabaquara), que teve queda de 26% na quantidade de registros de roubo de janeiro a outubro em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 1.195 ocorrências ante 1.628 em 2023.
Uma vítima recente foi um empresário de 53 anos. Ele foi abordado por volta das 7h20 de domingo (15) quando caminhava para uma missa. Dois homens em uma moto, um deles armado, levaram celular, relógio e aliança.
Segundo o empresário, não é um fato isolado. Ele soube de outra pessoa atacada pela mesma dupla dois minutos depois.
Morador do bairro há dez anos, ele disse ter sido a primeira vez que foi atacado por criminosos, mas que a situação tem piorado ano a ano na região. Ele pediu para que as vítimas não deixem de registrar ocorrências e que façam reconhecimento de suspeitos presos.
Uma assessora de imprensa de 40 anos também foi roubada, em julho, enquanto caminhava até uma farmácia. A mulher foi atacada por quatro ladrões em duas motos na rua Arapá por volta das 19h.
Naquele dia, ao ver duas motos se aproximando, ela ainda tentou escapar, mas os criminosos foram mais rápidos. Ela relatou que um dos homens apontou uma arma para a sua cabeça e arrancou a bolsa que ela carregava. O ladrão ainda pediu que ela entregasse a aliança.
Os criminosos ainda levaram celular e cartão bancário. Com a ajuda do porteiro de um prédio, ela entrou em contato com o marido e conseguiu bloquear a conta do banco.
Os bandidos tentaram usar o cartão, mas ele já estava bloqueado. A vítima rastreou o telefone, que teve como último sinal a favela Alba, na mesma região do roubo. Ela disse ter fornecido o dado do celular para polícia, mas não teve retorno.
PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress