SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Moradores de Caxias do Sul, na serra gaúcha, sentiram a terra tremer na madrugada desta segunda-feira (13) em meio à tragédia causada pela enchente histórica enfrentada pelo Rio Grande do Sul.
O tremor fez com que moradores deixassem suas casas com medo de desabamento em alguns bairros da cidade. Ele foi sentido principalmente nos bairros Madureira, Universitário e na região central da cidade.
O Corpo de Bombeiros orienta a população a deixar as residências em casos de rachaduras nas paredes ou vigas de prédios ou casas. A corporação informou que atendeu diversos chamados e orientou os moradores.
Há a possibilidade de os tremores serem resultado da acomodação do solo após as fortes chuvas que atingiram a região.
Na manhã deste domingo (12), por volta das 6h, um deslizamento de terra destruiu um loteamento na zona norte de Caxias e matou um homem em um momento em que chovia na cidade.
A vítima é o funcionário público Luciano Henrique Santos Lacava, 49, que trabalhava há 20 anos na Codeca (Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul). Ele foi soterrado no prédio do setor administrativo do complexo de britagem do município. O vigilante Felipe Drum da Silva foi resgatado dos escombros com ferimentos leves e encaminhado para atendimento médico.
Um segundo deslizamento, às 11h, destruiu a usina de asfalto da Codeca. Não há previsão para a retomada do funcionamento do equipamento e produção de asfalto.
“Junto com a perda desse servidor, perdemos a principal resposta do município ao enfrentamento desse quadro de desastre ambiental. Todo nosso complexo de britagem está isolado, a usina de asfalto destruída e não é de um dia para o outro que vamos conseguir reverter”, disse o prefeito Adiló Didomenico (PSDB).
Oito pessoas morreram em Caxias do Sul devido aos deslizamentos causados pelas chuvas dos últimos dias. Uma mulher está desaparecida.
As fortes chuvas do Rio Grande do Sul deixaram ao menos 145 mortos, de acordo com boletim divulgado às 20h40 deste domingo. O número pode subir nos próximos dias, pois ainda há 132 desaparecidos, segundo a Defesa Civil gaúcha.
As mortes ocorrem em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e há 806 feridos.
CRISTINA CAMARGO / Folhapress