SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O apagão que deixou bairros do centro de São Paulo sem energia nesta segunda-feira (18) afetou a rotina e os compromissos de milhares de pessoas. Para contornar o problema, muitas tentaram alternativas para não ficarem incomunicáveis. O shopping Frei Caneca foi um dos lugares buscados para celulares e computadores.
Desde a manhã, bairros centrais como Santa Cecília, Higienópolis, Vila Buarque, Consolação e a região da Augusta e adjacências ficaram sem eletricidade devido a uma ocorrência na rede subterrânea que atende a região de Higienópolis, de acordo com a Enel, concessionária de energia.
Nos corredores do empreendimento comercial a cena se repetia: pessoas aflitas procurando de andar em andar uma tomada livre. Pessoas encostadas nas paredes ou sentadas no chão usando tomadas eram recorrentes.
Uma delas é o produtor Fabio Henrique Pratezi, 26. Ele mora na mesma rua do shopping. “Eu fui andando até achar uma tomada livre no segundo andar. Fiquei uns 40 minutos carregando o celular”, disse.
Ele explicou que a falta de energia afeta todas as atividades.
“Pedi comida e tive de descer oito andares e depois subir os oito andares. Trabalho em casa, sem energia não tem ventilador, não tem ar-condicionado, elevador, air fryer, nada”, explicou.
O produtor disse que o shopping estava mais cheio que o normal. “Tinha muita gente lá. Tem uma área para carregar o celular, sou frequentador do shopping e nunca tem gente lá, mas hoje tinha fila. O shopping tem várias tomadas em todos os andares e isso facilitou”, complementou.
A professora universitária e pesquisadora Denise Paiero trabalha em casa às segundas-feiras, quando concentra pesquisa e correções de trabalho, e foi pega de surpresa pela falta de eletricidade.
“Acordei cedo, comecei a trabalhar, não carreguei os equipamentos, mas perto de 10h a energia acabou e vi que estava quase sem bateria em tudo”, disse.
De acordo com ela, a Enel deu prazo de solução até as 14h, depois as 16h, mas como não resolvia, ela teve de ir ao shopping carregar o celular.
“Ficar sem energia é péssimo. Não ter previsão correta de retorno piora muito a situação. Meu pai está doente, em tratamento e não dá para eu ficar incomunicável”, afirmou.
O Shopping Frei Caneca disse que registrou um aumento significativo no número de clientes que estiveram no estabelecimento para trabalhar e estudar devido à falta de energia. O shopping explicou que o fluxo esteve concentrado no espaço coworking, no espaço recarregue, nos cafés do empreendimento, na praça de alimentação e, também no espaço infantil.
“Entendemos que o shopping, além de ser um destino de lazer, também é um ponto importante de serviço, o que se reforça no dia de hoje”, afirmou Eliane Oliveira, coordenadora de marketing do centro de compras.
Questionada, a Enel não respondeu quantos clientes foram afetados pela falha nem deu previsão para solução do problema. Moradores ouvidos pela reportagem dizem ter recebido da empresa a informação de que a normalização do serviço está prevista para as 22h.
O Hospital Central da Santa Casa ficou sem energia e teve de remarcar procedimentos e exames. A unidade está sendo alimentado por geradores nas áreas de internação e emergências.
FRANCISCO LIMA NETO E DANILO VERPA / Folhapress