BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) defendeu nesta quinta-feira (14) sua decisão de não divulgar seu voto na aprovação de Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal) e disse sofrer “intenso ataque” do governo Lula e de parte do PL do Paraná, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Não me surpreende o intensivo ataque daqueles que desejam ocupar o cargo que legitimamente conquistei nas urnas, com o apoio do povo paranaense. Aos meus eleitores e apoiadores, digo: não divulgar o voto na indicação de autoridades é uma prerrogativa do parlamentar”, escreveu Moro em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).
“O intenso ataque que tenho sofrido do atual governo Lula, de parte do próprio PL paranaense, além das ameaças do PCC, fazem-me agir, nesse momento, com cautela e no exercício efetivo de uma prerrogativa que tenho, tudo de forma a preservar minha independência”, afirmou.
Em um dos momentos inusitados da sabatina de Dino na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Moro cumprimentou Dino e acabou sorrindo com uma brincadeira feita pelo ministro.
Posteriormente, ao discursar, Moro reclamou de críticas que recebeu em redes sociais por ter sido fotografado em meio a risadas com o indicado pelo presidente Lula.
Uma troca de mensagens ocorrida no plenário entre Moro e o primeiro suplente de seu mandato, o advogado Luis Felipe Cunha, na noite de quarta (13), indica que o ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol estaria “desesperado”.
O diálogo, captado pela Folha de S.Paulo momentos antes da votação que aprovou Dino, também faz menção a uma estratégia adotada pelo senador. Não há detalhamento sobre qual seria o desespero do ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato nem a estratégia adotada por Moro, ex-juiz da operação.
Pessoas próximas, porém, afirmaram que a reação emocional de Deltan tem a ver com o fato de o ex-juiz da Lava Jato não ter declarado voto contra a indicação do ministro de Lula e que isso sinalizaria, para ele, que Moro votou pela aprovação de Dino –a votação é secreta.
Redação / Folhapress