SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu na madrugada deste domingo (12) a deputada federal Amália Barros (PL-MT), vice-presidente do PL Mulher e uma das aliadas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A parlamentar tinha 39 anos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decretou luto de um dia no âmbito da Casa. O velório e sepultamento da congressista ocorrerá no município paulista de Mogi Mirim (155 km de São Paulo), onde ela nasceu.
Amália estava internada desde o dia 1° de maio após retirada de nódulo no pâncreas. Neste período, passou por quatro procedimentos médicos, o primeiro deles para retirada do tumor.
A primeira operação, que retirou o nódulo do corpo da congressista, foi realizada na quinta-feira (2). No sábado (4), Amália teria apresentado “melhora expressiva” após um segundo procedimento cirúrgico na mesma região.
Já na terça-feira (7), foi submetida a nova intervenção para drenagem das vias biliares, visando remover excesso de líquido biliar no fígado. Dois dias depois, passou por um “procedimento adicional de radiointervenção”, menos invasivo, sem detalhamento do que foi realizado.
Nascida em 1985 e jornalista de formação, Amália Scudeler de Barros Santos iniciou sua carreira política em 2022, candidatando-se com êxito à Câmara. Na ocasião, foi apadrinhada por Michelle Bolsonaro, amiga e uma de suas principais aliadas, e obteve 70.294 votos.
A congressista frequentemente aparecia, inclusive na foto de urna, cobrindo o olho esquerdo, pois o perdeu em 2016 por complicações de uma toxoplasmose, infecção causada por um protozoário propagado por animais.
Lançou em 2021 o livro “Se Enxerga” (editora VM), sobre sua trajetória e a perda do olho. Ainda precisou remover um de seus rins. No mesmo ano fundou o Instituto Amália Barros, que segundo a própria entidade realiza campanhas de doação de prótese ocular e presta assistência a monoculares.
Inspirou a Lei 14.126/2021, apelidada com seu nome, que classifica a visão com apenas um olho como uma deficiência sensorial.
Ao lado da ex-primeira dama, Amália foi alçada à vice-presidência do PL Mulher nacional, cargo que ocupou até a morte.
POLÍTICOS PRESTAM HOMENAGENS
Ainda durante a madrugada, alguns políticos lamentaram a morte da parlamentar. O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo) disse estar “sem palavras” e lembrou o legado deixado pela deputada.
“Amália era uma guerreira, com uma história de vida linda e inspiradora. Tive a honra de presenciar o trabalho dela em prol das pessoas com deficiência. Que Deus conforte família, amigos e entes queridos”, escreveu.
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Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que a congressista deixará saudades.
“Minhas condolências à família da Amália Barros, que se tornou um grande exemplo de superação de barreiras e de dedicação e amor ao próximo, Que Deus a acolha na sua infinita misericórdia e conforte seus familiares e amigos”, declarou.
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Michelle Bolsonaro prestou homenagem à parlamentar nas redes sociais. “Vou te amar para sempre, minha amiga. Você está nos braços do nosso Pai”, postou.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está internado em um hospital de São Paulo para tratar um quadro de erisipela, uma infecção bacteriana que atinge a pele e pode causar inflamação, também lamentou o falecimento de Amália nas redes.
“Deus, em sua infinita bondade, a receba e conforte seus familiares e amigos.”
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O senador Eduardo Girão (Novo-CE) desejou conforto a familiares e chamou Amália de “grande defensora da vida, família, ética e liberdade”.
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A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) publicou fotos com a deputada. No sábado (11), ela havia feito postagem sobre o estado de saúde de Amália e falou em um relógio de oração organizado por ela e Michelle Bolsonaro em favor da política.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), citou em nota de pesar a trajetória política de Amália. ” A parlamentar marcou sua breve carreira política pela defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Envio meus sentimentos aos familiares e aos amigos da deputada”.
Arthur Lira (PP-AL) citou o engajamento da política para aprovação de lei voltada a pessoas com deficiência. “Ainda sem ter assumido o mandato, me procurou na Câmara dos Deputados para a aprovação da Lei 14.126/2021, do qual foi incansável articuladora”, disse.
Os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP), Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também lamentaram a morte da política em publicações no Instagram e Twitter.
MATHEUS TUPINA / Folhapress