Morre deputado turco que sofreu ataque cardíaco ao discursar sobre guerra em Gaza

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O deputado da Turquia Hasan Bitmez morreu na manhã desta quinta-feira (14), dois dias após desmaiar em meio a uma sessão no Parlamento no momento em que criticava as ações do governo de Recep Tayyip Erdogan no que diz respeito à guerra Israel-Hamas, afirmou o ministro da Saúde turco, Fahrettin Koca.

“Que Deus tenha piedade do nosso deputado. Presto minhas condolências à sua família e a todos os seus entes queridos. (…) Descanse em paz”, afirmou o chefe da pasta.

Bitmez estava em estado grave após sofrer um ataque cardíaco na tribuna e ser socorrido por outros parlamentares. Ao desmaiar, o político de 53 anos bateu a cabeça no chão, e um dos presentes na sala começou a fazer massagem cardíaca nele no local.

“Mesmo que a história se cale, a verdade não ficará em silêncio”, afirmava ele antes de desmaiar. “Eles [Israel] pensam que, caso se livrem de nós, o problema estará resolvido. Mesmo que se livrem de nós, não se livrarão da culpa. Se se livrarem do castigo da história, não se livrarão do castigo de Alá.”

O deputado foi levado de ambulância para um hospital da região, e horas depois, o Ministério da Saúde da Turquia informou, em nota, que seu estado de saúde era extremamente grave. Na ocasião, a pasta detalhou que um exame de angiografia foi realizado e constatou que duas artérias estavam completamente bloqueadas. Bitmez então ficou conectado a um respirador pulmonar.

De acordo com a emissora britânica BBC, Bitmez era diabético e tinha dois stents cardíacos.

O Felicity, partido do deputado, com frequência critica a atuação do governista AKP pelo que descreve como uma posição “moderada” frente aos acontecimentos que se desenrolam em Gaza. O deputado, por exemplo, criticou Erdogan em seu discurso, dizendo que o líder era “diretamente responsável por cada bomba de Israel lançada sobre Gaza”.

Em falas públicas, o presidente turco tem criticado o governo de Binyamin Netanyahu. Mais recentemente, afirmou em um grande ato em defesa dos palestinos que Israel era um “peão do Ocidente”.

Redação / Folhapress

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