Morre Fritz Escovão, músico fundador do Trio Mocotó, aos 81 anos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nesta terça-feira (01), o músico Luiz Carlos de Souza Muniz, conhecido como Fritz Escovão e integrante do Trio Mocotó, grupo de samba-rock do qual foi fundador, morreu aos 81 anos. O anúncio de sua morte foi feito através de uma publicação do grupo em suas redes sociais, que relembrou a vida do percussionista, pianista, violonista e cantor carioca. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Reconhecido por sua habilidade no uso da cuíca, instrumento musical, Fritz Escovão nasceu no Rio de Janeiro, mas se radicou em São Paulo, onde formou o Trio Mocotó em 1968, em uma reunião na boate Jogral, junto do carioca Nereu de São José, conhecido como Nereu Gargalo, e do ritmista João Carlos Fagundes Gomes, o João Parahyba.

O grupo teve enorme importância para a restauração artística do músico Jorge Ben Jor, que voltou a se destacar a partir de 1969. Foi ao som do Trio Mocotó que Jorge Ben apresentou a conhecida música “Charles, anjo 45”, na quarta edição do Festival Internacional da Canção (FIC), que aconteceu em 1969.

A partir de 1970, o Trio Mocotó investiu em sua própria carreira, embora não tenham interrompido os shows com Jorge Ben, com quem gravou álbuns como “Força Bruta”, de 1970, e “Negro é Lindo”, lançado em 1971.

A discografia solo do Trio Mocotó traz diversos discos que se tornaram referência, caso de “Muita Zorra (…São coisas que glorificam a sensibilidade atual)”, “Trio Mocotó”, de 1973, “Trio Mocotó”, disco homônimo ao anterior lançado em 1977. Esses álbuns nortearam muito do que se entendia por samba-rock na época, especialmente em função do lançamento de 1973, que misturou o gênero ao jazz, o soul e o rock, propondo novos modais ao samba.

Em 1974, o grupo gravou o disco “Dizzie Gillespie no Brasil com Trio Mocotó”, com o cantor e trompetista Dizzy Gillespie (1917-1993), em um estúdio de São Paulo, que só seria lançado, dezessete anos após a morte de Gillespie, em 2010.

Em 1975, o grupo saiu de cena. Retornaria apenas 26 anos depois, em 2001, com o álbum intitulado “Samba-rock”. Um ano depois, em 2002, Fritz Escovão deixou amigavelmente o Trio Mocotó para tratar de problemas de saúde. Ele foi substituído em 2003 por Skowa (1955-2024), que faleceu há menos de quatro meses.

No dia de hoje, Fritz Escovão é deixado como o “Jimi Hendrix da cuíca”, conforme o comentário do músico André Gurgel deixado na declaração póstuma feita pelo Trio Mocotó.

Redação / Folhapress

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