Morre Hélio de Almeida, artista gráfico consagrado pelas capas de livros, aos 80

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O artista gráfico Hélio de Almeida, um dos mais respeitados do país, morreu no sábado (20), aos 80 anos, após seis décadas de dedicação profissional a jornais, revistas e à criação de capas memoráveis de revistas e livros, além de cartazes, ilustrações, logotipos, esculturas e móbiles.

Ele começou a carreira no departamento de arte da Folha de S.Paulo, onde trabalhou entre os anos 1960 e 1970. Passou por publicações como nas revistas Veja, Exame e Exame Vip, da editora Abril, IstoÉ, da editora Três, e Globo Rural e Moda Brasil, da editora Globo.

Segundo a Revista Pesquisa Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), onde ficou de 1999 a 2006, o artista sofreu um infarto. O corpo foi cremado no domingo (21).

“Soube, distante do Brasil, que um amigo, fundamental para a história da Companhia das Letras, faleceu. Hélio de Almeida, um dos grandes designers de livros e revistas, ajudou a definir, através dos tempos, parte importante da imagem da editora”, afirmou o editor Luiz Schwarcz.

Almeida chegou à Companhia das Letras, convidado por Schwarcz, para criar o design das obras de Rubem Fonseca, escritor então recém-contratado.

Segundo o fundador do grupo editorial, eles viraram parceiros profissionais e ficaram amigos, com direito a encontros semanais para jogar futebol. “Era um beque eficaz, mas com toques delicados, como a sua arte”, disse Schwarcz, em despedida publicada nas redes sociais.

Filho de portugueses e nascido em São Paulo, Almeida era torcedor da Portuguesa. Casado com a artista plástica Laurabeatriz, ele deixa quatro filhos e seis netos.

“Tua obra fica. Está por todos os cantos da casa. Da memória. Saudade enorme”, escreveu um dos filhos, o músico, escritor e desenhista Manu Maltez.

O filho publicou no Instagram alguns dos trabalhos do pai, entre eles o cartaz para a peça “Macunaíma”, dirigida por Antunes Filho, a capa para o livro “Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos”, de Rubem Fonseca, e o design para uma camiseta da campanha Diretas Já.

O livro “Hélio de Almeida: Artista Gráfico”, lançado pela Ipsis em 2008, reúne os melhores trabalhos do artista até então.

CRISTINA CAMARGO / Folhapress

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