SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O jornalista argentino Jorge Lanata, um dos mais renomados do país, morreu nesta segunda-feira (30) aos 64 anos em Buenos Aires, informou a rádio Mitre, veículo para o qual trabalhava.
Lanata estava internado desde junho, quando teve um infarto. Depois, apresentou complicações e chegou a receber diagnóstico de pneumonia. A causa da morte não estava clara.
Nascido em 12 de setembro de 1960 em Mar del Plata, Lanata ganhou notoriedade com suas investigações sobre corrupção nos governos dos últimos 37 anos. Ele é considerado um dos jornalistas argentinos mais influentes desde a redemocratização argentina, em 1983.
“Seu legado transcende seu trabalho, suas investigações e sua presença na mídia. Lanata encarnou o espírito crítico do jornalismo, sempre em busca de respostas, mas sem medo de perguntas difíceis”, escreveu o Fórum de Jornalismo Argentino (Fopea) em suas redes sociais.
“Essa inquietação insaciável e capacidade de deixar o poder desconfortável, além de mobilizar o público, serão lembradas como uma inspiração para aqueles que acreditam no jornalismo livre e comprometido”, acrescentou a organização.
Lanata fundou em 1987 o jornal Página/12, administrado por ele até 1994. Considerado de tendência progressista para a época, o veículo ganhou destaque ao publicar investigações sobre casos de corrupção que ocorreram principalmente no governo do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999).
O jornalista também teve atuação de destaque durante os mandatos de Néstor (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015), quando investigou casos de corrupção em seu programa “Periodismo Para Todos”, transmitido pelo Canal 13.
Ele entrevistou personalidades renomadas, incluindo o jogador de futebol Diego Maradona (1960-2020), o músico Charly García e o ex-presidente argentino Mauricio Macri (2015-2019).
Seu último trabalho como comunicador foi apresentando o programa matinal de rádio “Lanata sin filtro”, na rádio Mitre. Nos últimos anos, também foi colunista do jornal Clarín. Além da mulher, Elba Marcovecchio, ele deixa duas filhas.
Redação / Folhapress