SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um motociclista de 27 anos morreu, na manhã desta quarta-feira (5), após ser baleado por um policial militar na zona oeste do Rio, na noite de terça-feira (4).
A vítima foi identificada como Luiz Fernando do Carmo Fontes. Ele passava de moto em um dos acessos da Cidade de Deus, quando foi atingido, por volta das 23h. Policiais militares do 18º BPM (Jacarepaguá) fazia o patrulhamento pela Estrada dos Bandeirantes.
De acordo com a PM, motociclista tinha atitude suspeita. A corporação não detalhou qual foi a conduta suspeita.
A Polícia Militar diz que o disparo foi acidental. A arma do policial foi apreendida para a perícia, de acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra os PMs socorrendo Luiz Fernando. Ele foi socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, e depois transferido para o Hospital Municipal Miguel Couto. Luiz não resistiu aos ferimentos.
Testemunhas dizem no vídeo que Luiz foi baleado após não respeitar a ordem de parada. “Só porque o cara não parou, vocês ‘matou’ o cara, mané’. Dá um tiro para o alto, irmão. O que é isso”, diz um homem no vídeo.
Luiz Fernando trabalhava como fiscal de voo de asa-delta. De acordo com o advogado Rodrigo Mondego, ele também trabalhava como entregador de aplicativo. “Hoje começo a atender mais um caso de violência policial. Mais uma mãe chorando o corpo de seu filho no IML. A ideologia da violência policial como um direito dos agentes de estado propagado pela extrema-direita fez mais uma vítima no Rio de Janeiro”, escreveu Mondego em uma publicação nas redes sociais.
Vaneide Carmo, mãe de Luiz, disse que o filho estava indo para a casa dela. “O Luiz era um filho maravilhoso, dedicado, um rapaz super responsável, cuidadoso comigo, foi talvez o momento que ele ia para a minha casa para cuidar dos gatinhos que eu tenho e aconteceu isso”, afirmou em entrevista ao RJTV, da TV Globo.
PMS JÁ FORAM OUVIDOS
Os policiais militares envolvidos na ação foram ouvidos. As imagens das câmeras corporais foram requisitadas à corporação. A Polícia Civil busca vídeos de câmeras de segurança da região e testemunhas. Os agentes também realizam outras diligências para esclarecer todos os fatos.
A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro instaurou um procedimento para apurar a conduta do agente. “Vale ressaltar que a equipe que atuou na ocorrência prestou socorro à vítima até a unidade hospitalar mais próxima”, diz a corporação em nota.
“Os agentes que atuaram na ocorrência serão convocados para participar da próxima turma do Programa Integrado de Capacitação Profissional. O programa, criado no ano de 2023 pelo comando do Comando da SEPM, tem como objetivo reforçar as técnicas de abordagem previstas nos protocolos da corporação”, disse a PMERJ.
A 32ª DP (Taquara) investiga o caso.
Redação / Folhapress