SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Richard Serra, escultor cujas obras monumentais redefiniram a escultura em uma escala massiva, morreu aos 85 anos em sua casa em Nova York. Ele deixou um legado marcante, com suas estruturas de aço, paredes inclinadas e formas imponentes que desafiavam a percepção e convidavam à exploração física.
A causa da morte foi pneumonia, segundo seu advogado, John Silberman.
Richard Serra nasceu em 2 de novembro de 1938, em São Francisco, o segundo de três filhos de Tony e Gladys (Fineberg) Serra. Seu pai, um imigrante da ilha espanhola de Maiorca, trabalhou como montador de tubulações em um estaleiro de São Francisco durante a Segunda Guerra Mundial.
Ele inicialmente pretendia seguir a pintura, mas acabou se destacando na escultura. Sua abordagem única e intransigente o tornou uma figura central no movimento do pós-Minimalismo, enquanto ele explorava os limites e as possibilidades do aço em suas criações.
Suas esculturas, muitas vezes tão grandes quanto templos antigos, demandavam uma interação física do espectador, que precisava percorrer e contornar suas formas para compreendê-las completamente. Essa abordagem transformou o espaço da escultura em algo monumental e íntimo ao mesmo tempo.
Um dos maiores nomes da arte contemporânea, ele foi da geração de autores que despontou na década de 1960 e então redefiniu a ideia de escultura, a maioria deles homens que fizeram de suas obras um desafio à escala da paisagem. Deixaram marcas gigantescas no horizonte, em rios, desertos, campos e praias, a chamada land art.
Além da borracha, ele trabalhou com látex, tubos de néon e fibra de vidro, mas suas obras mais importantes do início da carreira foram feitas de chumbo, em folhas sólidas, mas maleáveis.
Por volta de 1980, ele descobriu que as chapas de aço poderiam se sustentar e inclinar se fossem curvadas. Seus primeiros esforços usando esse método incluíram “Tilted Arc”. Em obras como “Clara Clara”, de 1983, ele começou a explorar as possibilidades de usar duas ou mais chapas. Isso levou a suas disposições sinuosas em espiral e dupla espiral, que não tanto continham o espaço, mas o faziam fluir –junto com o espectador– por seus corredores curvos e inclinados.
Desde os primeiros anos de sua carreira, o Sr. Serra teve dezenas de exposições em galerias e museus nos Estados Unidos e no exterior, algumas dedicadas aos desenhos, gravuras e filmes que também fez.
Ele teve duas grandes retrospectivas no Museu de Arte Moderna de Nova York: “Richard Serra/Escultor” em 1986 e “Richard Serra Escultura: Quarenta Anos” em 2007. Além de peças de aço que poderiam ser movidas, embora com grande dificuldade, ele executou muitas encomendas para obras permanentes em ambientes urbanos e não urbanos, começando em 1970 com uma em um terreno de uma casa de campo de Emily Rauh e Joseph Pulitzer Jr. nos arredores de St. Louis. Seu trabalho era especialmente popular na Alemanha, onde nove cidades possuem esculturas públicas.
Redação / Folhapress