RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O número de mortes de homens pretos ou pardos de até 44 anos devido a causas externas foi 2,7 vezes maior do que o registrado entre brancos da mesma faixa etária em 2023.
É o que indicam dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As causas externas (ou não naturais) incluem óbitos por assassinatos e acidentes de trânsito, por exemplo.
O IBGE destacou a diferença na apresentação dos dados da Síntese de Indicadores Sociais, uma das principais publicações do instituto. O levantamento reuniu estatísticas do Ministério da Saúde.
“Na divisão por sexo e cor ou raça no ano de 2023, as diferenças mais marcantes foram encontradas entre os homens brancos e os pretos ou pardos”, disse o instituto.
“O número de óbitos por causas externas apresentou-se, até 44 anos, para pretos ou pardos, 2,7 vezes o valor do número de óbitos de brancos”, acrescentou.
A síntese não chega a detalhar os tipos de causas externas das mortes de pretos ou pardos e brancos. Porém, há um padrão já conhecido, segundo Clícian do Couto Oliveira, analista da pesquisa do IBGE.
“Estruturalmente, os homens pretos ou pardos morrem mais por mortes violentas, por assassinatos. Para os homens brancos, a principal causa externa é acidente de veículo de modo geral”, afirmou a técnica.
Na síntese, o instituto ainda reuniu dados sobre o número total de mortes no Brasil nos últimos anos por diferentes motivos. O indicador aumentou de 1,3 milhão em 2019, antes da pandemia de Covid-19, para 1,6 milhão em 2020 e 1,8 milhão em 2021, durante a crise sanitária. Em 2022 e 2023, o número baixou para a faixa de 1,5 milhão em cada ano.
LEONARDO VIECELI / Folhapress