Mortes causadas por tufão Yagi no Sudeste Asiático ultrapassam 270

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O balanço de mortes causadas pela passagem do tufão Yagi pelo Sudeste Asiático chegou a 276 nesta quinta-feira (12), quando o Vietnã atualizou para 226 o número de óbitos decorrentes da tempestade.

O ciclone tropical se formou no início da semana passada. Desde então, atingiu, nesta ordem, Filipinas, China, Vietnã, Laos, Tailândia e Mianmar —os três últimos nesta semana.

O Vietnã foi o país mais afetado pelo fenômeno. Meteorologistas afirmam que o Yagi foi o tufão mais potente a atingir o norte do território em 30 anos.

A tempestade derrubou pontes, arrancou telhados de construções e danificou fábricas ao tocar o solo no sábado (7), com ventos de 149 km/h. Desde então, o norte do território enfrenta graves inundações que obrigaram milhares de pessoas a se deslocarem e deixaram diversos locais sem eletricidade. No total, 104 pessoas ainda não foram encontradas.

De acordo com a Unicef, agência da ONU para a infância, enchentes e deslizamentos de terra causaram a destruição de mais de 140 mil casas em todo o país. Em um distrito nos arredores de Hanói, a capital, alagamentos afetaram mais de 15 mil pessoas. Na província montanhosa de Lao Cai, também no norte, um desmoronamento devastou uma aldeia inteira, deixando 46 mortos, 17 feridos e 55 desaparecidos.

O Ministério da Agricultura vietnamita apontou que os danos às áreas de cultivo também foram amplos, com a destruição de mais de 250 mil hectares. Autoridades informaram ainda que, no setor pecuário, morreram 1,5 milhão de frangos e patos, além de 2.500 porcos, búfalos e vacas.

O tufão também provocou mortes em outros países pelos quais passou, mas a princípio em menor escala. Em Mianmar, os serviços de resgate encontraram 17 corpos em bairros inundados na região de Mandalay, no norte. Mas as inundações mais graves foram registradas nas imediações de Naypyidaw, a nova capital, e na cidade de Taungu.

A junta militar à frente do país disse ter montado 50 acampamentos para abrigar os cidadãos que perderam suas casas.

A Tailândia, por sua vez, anunciou que 9 pessoas morreram, 6 delas em deslizamentos de terra na província de Chiang Mai. Ao norte, o distrito de Mae Sai, na fronteira com Mianmar, enfrenta uma das piores enchentes a atingirem o país nos últimos 80 anos, segundo o Ministério do Interior.

O governo tailandês afirmou que mobilizou o Exército para ajudar as vítimas, e templos budistas e hotéis acolheram quase mil pessoas que tiveram suas casas foram afetadas.

Antes de atingir o Vietnã, o tufão Yagi passou pelo sul da China e pelas Filipinas, deixando ao menos 24 mortos no trajeto e dezenas de feridos e desaparecidos.

Segundo um estudo publicado em julho, os tufões da região passaram a se formar mais perto da costa, intensificar suas atividades mais rapidamente e permanecer mais tempo em terra firme em razão da crise climática.

Na semana passada, o Japão foi atingido pela tempestade mais forte em décadas, o tufão Shanshan.

Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.

Outro órgão ligado à ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi causada pela ação humana.

Redação / Folhapress

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