SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Defesa Civil de Gaza informou nesta sexta-feira (17) que bombardeios de Israel em diversas regiões do território palestino mataram pelo menos 100 pessoas desde o anúncio do acordo de trégua na guerra.
Entre os 101 mortos, estão 31 mulheres e 27 crianças. A informação foi dada pelo porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, após um levantamento feito pelo órgão.
Do total de vítimas, 82 foram mortos nas províncias do norte do enclave. Além delas, 16 foram nas regiões do Sul, incluindo 14 em Khan Younis e duas em Rafah. As outra cinco morreram na província central de Gaza.
Os ataques deixaram ainda mais de 264 feridos. Segundo a Defesa, espera-se que os números aumentem à medida que os bombardeios continuem e as equipes consigam recuperar os corpos.
Isso eleva o número total de mortos para 46.800 em mais de 15 meses de combates. No total, ao menos 110.00 ficaram feridos desde o dia 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista Hamas atacou Israel.
ACORDO DE CESSAR-FOGO FOI APROVADO NO QATAR
Acordo foi negociado no Qatar entre Israel e Hamas. O pacto prevê a troca de reféns e prisioneiros em diferentes etapas, assim como a desocupação gradual da Faixa de Gaza por parte das tropas israelenses.
Qatar confirmou acordo e apontou que entrará em vigor no domingo (19). O primeiro-ministro do país, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse que a primeira fase durará 42 dias. Os detalhes dos procedimentos para a segunda e terceira fases serão finalizados durante a implementação da primeira fase. Ele ressaltou a “necessidade de ambas as partes se comprometerem com a implementação de todas as três fases do acordo” para evitar “derramamento de sangue civil”.
Benjamin Netanyahu, no entanto, sinaliza desaprovação de alguns pontos do acordo. Sem explicar o que aconteceu, o primeiro-ministro afirmou que o Hamas quer “extorquir concessões de último minuto”. Acordo ainda não foi ratificado por ele.
Biden disse que americanos serão parte da primeira onda de reféns libertos. O presidente dos Estados Unidos afirmou que o interesse de Israel é achar um fim definitivo para a guerra nas próximas seis semanas, mas que o cessar-fogo irá seguir mesmo se os envolvidos no conflito não chegarem a um meio-termo neste período.
Pacto quebra promessa de aniquilação do Hamas por primeiro-ministro. Netanyahu tinha prometido que a guerra só acabaria quando o movimento extremista tivesse sido exterminado.
Comissária da União Europeia para o Mediterrâneo confirmou acordo. Apesar da postura de Netanyahu, Dubravka Suica indicou que “saúda o acordo de cessar-fogo e o acordo de reféns entre Israel e o Hamas, que trará o alívio tão necessário para as pessoas afetadas pelo conflito devastador”. A União Europeia afirma que “continua empenhada em apoiar todos os esforços no sentido de uma paz e recuperação duradouras”.
ONU ordenou entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza. Além de bombas, os civis foram afetados por fome e frio.
Israel divulgou fotos de reféns, mas afirmou que 98 continuam em Gaza. No X (antigo Twitter), a conta oficial do governo publicou: “Não os abraçamos há 467 dias”. Entre os reféns, estão duas crianças, mulheres, idosos, adolescentes e jovens. O governo israelense acredita que todos os reféns ainda estão vivos, mas não tem a confirmação do Hamas sobre isso.
Hamas queria mapa da retirada de israelenses. Tel Aviv enviou ao grupo palestino os mapas dos locais que planeja realizar a evacuação das tropas e foi a resposta aceitando o plano que faltava para o pacto ser anunciado. O Hamas queria garantias de retiradas principalmente na região de fronteira entre Gaza e o Egito.
Redação / Folhapress