Motorista de Porsche que matou jovem é liberado; delegado não prevê prisão

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O motorista de um Porsche Cayman que matou uma jovem de 19 anos, em Maringá (PR), no sábado (12), após colidir contra a moto em que ela estava com o namorado, foi ouvido nesta sexta-feira (25) e liberado em seguida para responder em liberdade.

Francis Maycon Alves, 38, foi ouvido 13 dias após o acidente que matou Isabely Cristina dos Santos Félix, 19, e deixou o namorado dela, Tiago de Souza, 21, ferido. Em depoimento prestado na manhã desta sexta-feira, na companhia de seu advogado, o motorista admitiu que “foi descuidado” e que fugiu do local sem prestar socorro às vítimas, segundo informações da Polícia Civil do Paraná.

Motorista alegou que não tinha a intenção de matar Isabely. Conforme a PCPR, em seu depoimento o suspeito sugeriu que ultrapassou o sinal vermelho ao ser induzido ao erro pelo namorado de Isabely, que pilotava a motocicleta atingida pela Porsche. Na ocasião, Francis estava parado no semáforo, mas avançou com o sinal no vermelho.

De acordo com a investigação, o sinal estava verde para a motocicleta. Secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, Gilberto Purpur, afirma que o motorista do Porsche avançou o sinal vermelho, o que teria causado o acidente, conforme mostram as câmeras de monitoramento da região. A família do suspeito nega essa versão do secretário.

Polícia não conseguiu comprovar se Francis havia ingerido bebida alcoólica no dia do acidente porque ele fugiu do local. Isabely, que estava na garupa da motocicleta, morreu no local. Tiago foi internado com fraturas nas pernas. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde dele.

HOMICÍDIO CULPOSO

Francis Alves deverá responder pelo crime de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, em vez de doloso, segundo o delegado do caso, Francisco Caricati. “Não há nenhuma evidência de que ele [Francis] tenha assumido um risco [de atropelar e matar a vítima]. Não há nada nos autos que possa justificar uma conclusão dessa e, no caso de homicídio culposo é o enquadramento mais cabível”, declarou em entrevista à RPC TV, afiliada da TV Globo no estado.

Se for condenado por homicídio culposo, Francis pode pegar de dois a quatro anos de prisão, conforme prevê o Código de Trânsito brasileiro. Entretanto, o delegado ressaltou que, “no máximo”, o motorista pode ser sentenciado a cumprir a pena em regime semiaberto porque “não cabe um regime fechado”. “Então mesmo se os antecedentes dele não forem favoráveis, não há previsão de prisão neste caso”, afirmou Caricati.

Francis foi indiciado por homicídio culposo, com a qualificadora de omissão de socorro à vítima. A denúncia será apresentada ao Ministério Público do Paraná, que dará continuidade ao caso. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Francis Mayco Alves. O espaço segue aberto para manifestação.

RELEMBRE O CASO

Carro de luxo atingiu moto em cruzamento. O acidente ocorreu no encontro da avenida Gastão Vidigal com a avenida San Petronio Portela, na noite do sábado (12).

Isabely teve a morte constatada no local do acidente. O namorado dela, Tiago, pilotava a moto e foi levado pelo Corpo de Bombeiros ao hospital. O estado de saúde dele não foi divulgado.

Motorista da Porsche fugiu do local do acidente. À TV RPC, o pai do suspeito, que não foi identificado, informou que o filho não avançou o sinal vermelho.

Carteira do motorista foi cassada duas vezes, diz TV. Segundo o canal RPC, Francis já teve a carteira suspensa 12 vezes. A Porsche que ele dirigia tinha R$ 32 mil reais em débitos, com R$ 23 mil de IPVA atrasado, informou o Detran.

Redação / Folhapress

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