MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – Um motorista por aplicativo foi agredido por uma passageira após ter se recusado a entrar em um condomínio para deixá-la no bairro Horto Florestal, em Salvador (BA).
Luan Felipe de Araújo, 33, gravou o momento que a mulher lhe deu uma série de tapas. O caso aconteceu no dia 26 de dezembro.
Ele afirmou que ao chegar no ponto de destino da corrida, em frente ao condomínio, a mulher exigiu que ele entrasse no local e a deixasse na frente de uma casa. Como Luan recusou, os dois começaram a discutir.
O motorista disse que foi nesse momento que começou a gravar a ação, porque ela estaria exaltada. A reportagem não conseguiu contato com a passageira, identificada como Fedra Emanuela Lamêgo Aquino Barreto.
Luan disse que a viagem durou cerca de 10 minutos. “Ela foi uma pessoa ríspida, uma pessoa grosseira e mal-educada [durante o trajeto]. Então eu me recusei por esse fato, mas não é algo que eu faço. Nós estávamos em um bairro de classe alta, com segurança, e bem próximos da entrada do condomínio. Só que aí foi quando pioraram as agressões verbais e depois ela me bateu”, afirmou.
Em determinado momento do vídeo, quando Luan repetiu que não entraria no local, a passageira se levantou do banco de trás do veículo e tentou colocar as mãos no volante. Depois, ela começou a dar tapas no motorista, que na sequência tirou a chave e saiu do carro.
“Eu não imaginava que ela iria me agredir. Achei que ia rasgar o suporte do banco, danificar o carro, enfim. Quando ela me deu um tapa no rosto, eu me afastei, tirei o rosto e fiquei apoiando a mão até ela parar, que foi quando eu disse que ela ia descer do carro e eu também saí”, disse ele. “Falei que tinha gravado e que ia prestar queixa, aí ela voltou a me xingar e eu fui para o estacionamento de uma farmácia para espairecer.”
Nesse momento, Luciano percebeu que recebeu uma avaliação negativa e diversos comentários prejudiciais a ele na plataforma e, por isso, entrou em contato com o suporte e contou a sua versão. Em seguida, fez o boletim de ocorrência. Ele prestou depoimento nesta quarta-feira (8).
Segundo a Polícia Civil da Bahia,o caso foi registrado como injúria e está sendo investigado. “Conforme o relato registrado, a vítima, que trabalhava como motorista de aplicativo, foi agredida verbal e fisicamente por uma passageira ao chegar ao destino”, diz nota enviada à reportagem.
A Uber lamentou o caso e afirmou que o uso de violência é inaceitável. Além disso, disse que a usuária foi banida da plataforma. O aplicativo também afirmou que dispõe de um canal de suporte psicológico, desenvolvido em parceria com o MeToo, que foi disponibilizado ao motorista e que se coloca à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
JOSUÉ SEIXAS / Folhapress