Motorista que atropelou 16 na cracolândia diz que tentou fugir após ter bolsa e celular roubados

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O motorista que atropelou 16 pessoas na cracolândia, região central de São Paulo, na noite de domingo (22) afirmou que teve o carro vandalizado e pertences roubados. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o atropelamento, que deixou quatro pessoas com fraturas expostas, ocorreu quando o condutor tentou fugir da abordagem dos usuários de drogas.

O homem de 30 anos alegou que foi cercado por frequentadores do fluxo da cracolândia –como é chamada a concentração de usuários na região–, quando passava pela avenida Rio Branco, na esquina com a rua dos Gusmões.

Ele estava em um Volkswagen Virtus, diz a pasta da segurança quando, ao parar em um cruzamento, foi abordado por indivíduos.

O grupo quebrou o vidro do carro e roubou a bolsa de sua esposa e seu aparelho celular, que estava com uma criança no banco traseiro.

“Em uma tentativa de fuga, ele atropelou as pessoas que vieram para cima de seu carro”, afirmou a secretaria.

O homem encontrou uma viatura da Polícia Militar e comunicou o que tinha acontecido, deixando o local posteriormente, afirmou a SSP.

Uma das placas do veículo caiu na via e foi apreendida para perícia.

O motorista não foi preso. O caso foi registrado como roubo a interior de veículo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor pelo 2º DP (Bom Retiro).

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e o resgate foram acionados, e os atingidos, socorridos.

Uma mulher e três homens ficaram com fraturas expostas nas pernas e foram levados a pronto-socorros da região, segundo o Corpo de Bombeiros.

A SMS (Secretaria Municipal da Saúde) afirmou que o Samu removeu oito vítimas, todas estáveis. As demais vítimas foram encaminhadas pelo Corpo de Bombeiros.

Profissionais de enfermagem do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Redenção deram suporte aos acidentados até a chegada do resgate e realizaram atendimento a uma pessoa que sofreu escoriação leve.

OUTROS CASOS

A região da avenida Rio Branco tem sido palco de diversos problemas de violência por conta da presença de usuários de drogas. Foi nela que um ônibus foi atingido por uma bala perdida em agosto —a ação de um policial civil de folga contra supostos assaltantes também deixou um suspeito e um pedestre baleados. Em outras ocasiões, coletivos já tiveram vidros e retrovisores quebrados por usuários de drogas.

É comum que veículos que passam pelo cruzamento sejam alvo de roubo e furto.

Os próprios motoristas de ônibus que passam diariamente pela região costumam alertar os passageiros sobre o risco de manusear o telefone dentro dos coletivos, como mostrou a Folha. O motivo é evitar que os aparelhos sejam tomados por frestas nas janelas ou até mesmo pela quebra dos vidros.

Motoristas de linhas que transitam diariamente pela avenida relatam uma rotina de medo e com frequência pedem para deixarem de trabalhar na região.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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