Movimento negro denuncia Tarcísio e Derrite à OEA por abuso policial em São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Entidades do movimento negro protocolaram nesta sexta-feira (20) um documento que denuncia à OEA (Organização dos Estados Americanos) o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário da segurança pública, Guilherme Derrite, pela sequência de casos de violência policial no estado.

Nas últimas semanas, São Paulo viveu uma onda de denúncias de brutalidade policial.

Houve o caso do manobrista Marcelo Pereira, 25, arremessado de uma ponte por um policial militar na Cidade Ademar, na zona sul da capital, e a morte de Gabriel Renan, 26, baleado nas costas por um agente da PM em uma loja de conveniência no Jardim Prudência, também zona sul da cidade.

Policial (de preto, na porta do mercado) atira em Gabriel Renan da Silva Soares (de casaco vermelho) Reprodução A imagem mostra uma cena noturna em uma área externa, capturada por uma câmera de segurança. Há várias pessoas visíveis, algumas usando capas de chuva, e um motociclista ao lado de uma moto.

Antes, ocorreram as mortes de Ryan da Silva Andrade Santos, 4, e Gregory Vasconcelos, 17, em uma operação na Baixada Santista.

No texto encaminhado à OEA, as entidades dizem que “esses episódios exemplificam a atuação racista e autoritária da polícia no estado” e que seria “inadmissível que, passados 36 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, conhecida como a Constituição Cidadã, a atuação policial continue sendo sinônimo de violação de direitos dos cidadãos e cidadãs brasileiras”.

O documento responsabiliza Tarcísio e Derrite pela situação e pede que a organização acompanhe os casos de violência policial no Brasil, se pronuncie sobre as denúncias relatadas e recomende um trabalho para o enfrentamento das violações de direitos humanos que ocorrem nas operações policiais.

O documento reúne mais de 60 assinaturas de diversas entidades do movimento negro, organizações sociais, coletivos, grupos periféricos e de defesa dos direitos humanos, como UNEafro Brasil, Instituto de Referência Negra Peregum, Geledés e Casa Sueli Carneiro.

Representantes dos grupos também serão recebidos em uma audiência online por Ivan Marques, secretário de segurança multidimensional da OEA.

BRUNO LUCCA / Folhapress

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