SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos da oposição realizaram, nesta segunda-feira (29), um protesto contra a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) em frente ao prédio da prefeitura de São Paulo, no centro da capital paulista.
A manifestação começou por volta das 14h e foi coordenada por movimentos como Povo Sem Medo, Brasil Popular e CUT (Central Única dos Trabalhadores), além dos partidos PT, PDT, PCdoB, PV, PSOL e Rede.
“[Para] você que é vítima da Enel, vai acontecer a mesma coisa se a Sabesp for privatizada, e essa é a nossa luta aqui na prefeitura, apelando ao prefeito Ricardo Nunes a não cometer essa loucura. A Câmara Municipal não está escutando os trabalhadores, mas estamos aqui com uma grande quantidade de pessoas para poder defender os seus direitos”, disse Edson Bertoldo, secretário de Políticas Sociais da CUT-SP.
No protesto, manifestantes ecoaram gritos como “Não à privatização! Privatizar a Sabesp é coisa de ladrão!”. Segundo a CUT, 4.000 pessoas participaram do protesto.
“Nossa palavra de ordem é ‘privatização, não!’ e vamos resistir até barrar essa nefasta proposta. Vale lembrar que pesquisa Quaest, divulgada em 15 de abril, mostra que a maioria dos paulistanos e paulistanas é contrária à privatização”, disse José Faggian, presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), citando pesquisa que apontou que 52% dos eleitores paulistas são contra a venda da estatal.
A venda da empresa foi autorizada pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no fim do ano passado e agora a Câmara Municipal de São Paulo analisa um projeto de lei enviado pelo Executivo que dá aval à desestatização da empresa na cidade. O texto foi aprovado em primeiro turno no último dia 17, mas ainda precisa passar por um segundo turno.
Na semana passada, a Justiça de São Paulo determinou que a Câmara Municipal de São Paulo só faça a segunda votação do projeto de lei de privatização da Sabesp após a realização de todas as audiências públicas e de outras, caso necessárias. Até o momento, oito audiências públicas foram realizadas e há, ao menos, mais uma agendada.
Em reunião de líderes em 11 de abril, Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara, disse que a Comissão de Finanças da Casa não tem métricas para definir se a capital vai se beneficiar ou não da venda e pediu que a prefeitura contratasse uma empresa independente para realizar um estudo para avaliar se há vantagem ou não para o município no modelo de privatização proposto por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Após a decisão da Justiça, Leite disse seguir “com tranquilidade”, pois não foi determinada a interrupção do processo, e disse que o estudo será apresentado antes da segunda votação.
Redação / Folhapress