MP e polícia apreendem 23 armas de presidente afastado da UPBus

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ubiratan Antônio da Cunha, presidente afastado da empresa de ônibus UPBus, teve 23 armas de fogo apreendidas em ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo) e da 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio.

A apreensão aconteceu na terça-feira (25). Cunha é réu pela suspeita de prática dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa e um dos alvos da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Cunha. A empresa UPBus foi procurada e informou não ter contato dele ou de sua defesa.

Segundo o MP, a Polícia Civil havia sido procurada por integrantes da cooperativa sucedida pela UPBus em razão de terem sido expulsos, com emprego de força física e intimidação verbal, da sede da empresa.

“Os fatos foram praticados no dia 5 de junho pelo dirigente da sociedade, atualmente impedido por ordem da Justiça de frequentar o local”, apontou a promotoria.

O MP afirmou que, em razão do ato violento, pediu a suspensão dos registros de posse e porte de arma de fogo do réu, em razão do risco a toda coletividade e aos envolvidos na administração atual da empresa.

Os mandados foram cumpridos pela Polícia Civil, que além das 23 armas de fogo, apreendeu também o celular do acusado e o dispositivo de armazenamento de imagens do sistema de monitoramento da empresa.

Em 2022, uma operação do Denarc já tinha apreendido armas do mesmo dirigente.

OPERAÇÃO FIM DA LINHA

No início de abril deste ano, duas empresas de ônibus que atuam no transporte público da capital paulista, a UpBus e a Transwolff, foram alvo de uma operação liderada pelo Ministério Público de São Paulo em parceira com a Polícia Militar, Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Receita Federal.

Segundo promotores do Gaeco, grupo especial de combate ao crime organizado, essas empresas são suspeitas de ligação com a facção criminosa do PCC. Elas seriam usadas, segundo a tese da Promotoria, em suposta lavagem de dinheiro.

A novidade da operação foi o envolvimento da Transwolff, uma das maiores empresas do setor. A UpBus já era suspeita de ligação com o crime após operação realizada pelo Denarc (Departamento de Combate ao Narcotráfico) em 2022.

Conforme divulgou a Promotoria, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão contra dirigentes das companhias, que são responsáveis pelo transporte de ao menos 700 mil passageiros diariamente e que receberam cerca de R$ 800 milhões da Prefeitura de São Paulo em 2023, em subsídios.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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